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SUAS ECONOMIAS
Renda fixa ainda é o melhor investimento; evite perdas monitorando a inflação no varejo
A inflação é uma ameaça às aplicações
SANDRA BALBI
da Reportagem Local
O investidor Rui Ernesto Otto
Behr, 56, anda preocupado com
suas economias. Ele aplica em
fundos de renda fixa o dinheiro
destinado à sua aposentadoria.
"A rentabilidade desses fundos
gira em torno de 18% a 21% ao
ano. Se a inflação, medida pelo
IPA-DI (Índice de Preços no Atacado-Disponibilidade Interna),
da FGV (Fundação Getúlio Vargas), já acumula 21,17% ao ano,
meus rendimentos estão negativos?", pergunta ele.
A preocupação de Behr é válida,
mas suas conclusões um tanto
apressadas. "Hoje, o IPA-DI está
indicando uma perda potencial.
Você tem de se basear na inflação
dos itens que consome, os produtos de varejo", diz Roberto Padovani, sócio da Tendências. "E no
varejo os preços ainda não subiram a ponto de comer os ganhos
com os juros das aplicações financeiras", acrescenta.
De olho no futuro, Behr teme
que, até o final do ano, ocorra o
repasse de parte da inflação do
atacado para o varejo. "O 13º salário, os bônus pagos aos executivos
e as festas de final de ano deixarão
o consumidor mais vulnerável
para absorver altas de preço", diz
Behr, administrador de empresas.
Segundo analistas, as medidas
para reduzir os custos dos empréstimos bancários e do crédito
ao consumidor, adotadas na última quinta-feira pelo governo, podem reforçar essa tendência a
consumir mais, o que permitiria o
repasse da inflação represada.
Portanto, fique esperto. "O investidor deve monitorar, mês a
mês, os índices de inflação no varejo", diz Padovani. Ao primeiro
sinal de perda de rentabilidade,
segundo o economista, você deve
buscar alternativas de aplicação.
Por isso, Luis Sthulberger, diretor da Hedging-Griffo Asset Management, recomenda a quem investe em fundos de renda fixa optar pelos que têm liquidez diária.
"Eles dão mais mobilidade e oferecem rentabilidade maior", diz.
Por enquanto, os analistas são
unânimes: nenhum ativo real
-imóveis ou ações- pode substituir os ganhos com os juros. "O
governo não tem como baixar
mais os juros básicos da economia sem afetar a estabilidade do
sistema financeiro", diz Alberto
Borges Matias, diretor da consultoria financeira Austin Asis.
Segundo ele, os bancos vivem
mais do "spread" (diferença entre
os juros que recebem e os que pagam) do que do volume das operações financeiras, que é baixo.
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