São Paulo, Segunda-feira, 18 de Outubro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUNDOS DE INVESTIMENTO
Deixe seu dinheiro em aplicações que dão maior mobilidade; cenário está conturbado
Está na hora de buscar mais liquidez

da Reportagem Local

Este é um momento de transição, com sucessivos ajustes na economia feitos pelo governo. Os últimos, visando a reativar o crédito ao consumidor, foram vistos com reservas pelo mercado.
Nesse cenário, qualquer movimento nas suas aplicações deve ser feito com o cuidado e a perspicácia de um jogador de xadrez. "O quadro ainda está conturbado", diz Gabriel Jafet, administrador de renda variável da Oryx Asset Management.
Com os índices de inflação sob pressão (leia texto na pág. 2-5), risco de desvalorização cambial na Argentina, passada a eleição e a posse do novo presidente, e a Bolsa de Nova York sofrendo ajustes para baixo e influenciando as Bolsas locais, os analistas recomendam um acompanhamento constante dos seus investimentos.
Uma boa dica é ficar em aplicações que lhe permitam mudar de posição rapidamente. "Quem aplica em fundos de renda fixa deve optar pelos que têm liquidez diária, pois oferecem taxas melhores e maior mobilidade", diz Luis Stuhlberger, diretor da Hedging-Griffo Asset Management.
Acompanhe de perto os índices de inflação que medem os preços de varejo. "Se a inflação represada for repassada rapidamente para os preços finais, a taxa básica de juros não terá mais quedas expressivas", observa Stuhlberger.
Nesse caso, você corre dois tipos de risco. O primeiro é o de perda de rentabilidade -já que o juro real pago nas aplicações encolhe. O segundo é o risco de perder dinheiro se tiver aplicações em fundos de renda fixa lastreados em títulos com juros prefixados.
Esses fundos rendem bem quando os juros estão em queda no mercado, pois sua remuneração foi fixada num patamar superior. "Mas, se houver uma situação de estresse, a taxa básica de juro irá parar de cair e poderá até subir um pouco, e o investidor perderá dinheiro", diz Jafet.
"Essa será a hora de migrar para um fundo que tenha títulos com taxas de juro pós-fixadas", acrescenta. Mas atenção. "Fazer essa troca agora pode ser precipitação. Lembre-se de que você terá de pagar a CPMF," diz Stuhlberger.
Os analistas recomendam que, nesse cenário, o investidor tome cuidado com aplicações em fundos cambiais. Quem vê o dólar bater em R$ 1,97, como ocorreu na sexta-feira, pode ficar tentado.
Os fundos cambiais, entretanto, acompanham as altas, mas também as quedas da taxa de câmbio. E, no momento, ela está muito alta. "O dólar já chegou a R$ 2 e recuou", lembra Jafet. Por isso, ele recomenda aplicar apenas entre 20% e 30% do patrimônio nesses fundos. (SB)


Texto Anterior: A inflação é uma ameaça às aplicações
Próximo Texto: Veja de onde virá a pressão nos preços
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.