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BOLSA
Turbulências nos EUA e votação da reforma da Previdência provocarão fortes oscilações nas cotações
Negócios devem permanecer instáveis
da Reportagem Local
Os investidores em Bolsa devem
se preparar para mais uma semana de fortes oscilações no mercado financeiro. Segundo analistas,
o calendário desta semana acumulou vários eventos que costumam influenciar o comportamento do preço das ações.
Amanhã, o mercado estará de
olho na divulgação do CPI, índice
de inflação ao consumidor dos
EUA. "É esperado um aumento
de 0,3% em relação ao mês anterior", diz Michel Campanella,
analista da Socopa Corretora.
"Qualquer índice acima disso pode provocar quedas acentuadas
na Bolsa de Nova York e, consequentemente, nas Bolsas brasileiras", completa.
Outro número norte-americano que pode influenciar o mercado brasileiro será divulgado nesta
quarta-feira: o balanço comercial.
"No mês passado, foi divulgado
um déficit recorde, de US$ 25,2
bilhões", diz Campanella. "Se
houver aumento do déficit do balanço comercial, teremos mais
tempestades pela frente."
A divulgação desses números,
pela manhã, pode fazer com que
as Bolsas já abram com tendência
de queda.
Votações
Além de ficar atento aos acontecimentos externos, o investidor
ainda terá de acompanhar de perto o ritmo das votações da reforma da Previdência no Congresso
Nacional. "Se o governo sofrer sérias derrotas no Congresso, provavelmente a cotação das ações
em geral vai cair, porque o mercado está impaciente em relação à
demora no andamento das reformas", afirma Sérgio Kulikovsky,
diretor da NetTrade, corretora on
line do Banco Cidade.
Para ele, é bom estar atento aos
eventos norte-americanos. "As
turbulências nos EUA foram uma
das principais responsáveis pela
queda da Bovespa na semana passada", diz Kulikovsky.
O índice Dow Jones sofreu baixa
de 2,6% na sexta-feira, a maior
desde outubro do ano passado.
Um dos motivos da queda foi o
anúncio de que a inflação para o
produtor nos EUA atingiu 1,1%
em setembro -a maior em nove
anos-, o que aponta uma possível alta nos juros.
Além disso, o presidente do Fed
(banco central dos EUA), Alan
Greenspan, voltou a alertar para a
"exuberância irracional" de Wall
Street. Em meio a esse mercado
externo instável, o índice Bovespa
operou o dia inteiro em queda, fechando com uma desvalorização
de 1,62%. Na semana, o Ibovespa
acumulou queda de 2,73%.
(RODRIGO FRANÇA)
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