São Paulo, Segunda-feira, 18 de Outubro de 1999
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BOLSA
Turbulências nos EUA e votação da reforma da Previdência provocarão fortes oscilações nas cotações
Negócios devem permanecer instáveis

da Reportagem Local

Os investidores em Bolsa devem se preparar para mais uma semana de fortes oscilações no mercado financeiro. Segundo analistas, o calendário desta semana acumulou vários eventos que costumam influenciar o comportamento do preço das ações.
Amanhã, o mercado estará de olho na divulgação do CPI, índice de inflação ao consumidor dos EUA. "É esperado um aumento de 0,3% em relação ao mês anterior", diz Michel Campanella, analista da Socopa Corretora. "Qualquer índice acima disso pode provocar quedas acentuadas na Bolsa de Nova York e, consequentemente, nas Bolsas brasileiras", completa.
Outro número norte-americano que pode influenciar o mercado brasileiro será divulgado nesta quarta-feira: o balanço comercial. "No mês passado, foi divulgado um déficit recorde, de US$ 25,2 bilhões", diz Campanella. "Se houver aumento do déficit do balanço comercial, teremos mais tempestades pela frente."
A divulgação desses números, pela manhã, pode fazer com que as Bolsas já abram com tendência de queda.

Votações
Além de ficar atento aos acontecimentos externos, o investidor ainda terá de acompanhar de perto o ritmo das votações da reforma da Previdência no Congresso Nacional. "Se o governo sofrer sérias derrotas no Congresso, provavelmente a cotação das ações em geral vai cair, porque o mercado está impaciente em relação à demora no andamento das reformas", afirma Sérgio Kulikovsky, diretor da NetTrade, corretora on line do Banco Cidade.
Para ele, é bom estar atento aos eventos norte-americanos. "As turbulências nos EUA foram uma das principais responsáveis pela queda da Bovespa na semana passada", diz Kulikovsky.
O índice Dow Jones sofreu baixa de 2,6% na sexta-feira, a maior desde outubro do ano passado. Um dos motivos da queda foi o anúncio de que a inflação para o produtor nos EUA atingiu 1,1% em setembro -a maior em nove anos-, o que aponta uma possível alta nos juros.
Além disso, o presidente do Fed (banco central dos EUA), Alan Greenspan, voltou a alertar para a "exuberância irracional" de Wall Street. Em meio a esse mercado externo instável, o índice Bovespa operou o dia inteiro em queda, fechando com uma desvalorização de 1,62%. Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 2,73%.
(RODRIGO FRANÇA)



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