São Paulo, Segunda-feira, 18 de Outubro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DICAS
Ações de bancos sentem efeito de pacote para reduzir juros, mas analistas mantêm recomendação
Compulsório ainda pode cair mais

da Reportagem Local

As ações dos bancos Bradesco e Unibanco, recomendadas pelos analistas da Corretora Novação e HSBC Asset Management, refletiram, na última sexta-feira, a reação do mercado às medidas anunciadas pelo governo no dia anterior para reduzir os juros ao tomador final. Bradesco PN caiu 2,5% e Unibanco PN, 2,7%.
"As medidas anunciadas pelo governo provocaram um ajuste de expectativas, pois o mercado acreditava que o governo iria reduzir o compulsório nos depósitos à vista, o que não aconteceu", diz José Manoel Amorim, analista da Novação.
Atualmente, 65% dos depósitos à vista dos bancos ficam retidos -sem remuneração- no Banco Central. O mercado esperava que esse percentual caísse para 55%.
O dinheiro liberado seria aplicado pelos bancos em títulos públicos ou em empréstimos ao setor privado. Se isso ocorresse, os bancos teriam um ganho extra neste ano.
No entanto, o que o governo fez foi cortar de 10% para 0% o compulsório dos depósitos à prazo, dinheiro que já é remunerado pelas taxas pagas pelos títulos públicos federais.
"Reduzir o compulsório nos depósitos à prazo não é ruim", diz Amorim. "Mas não contribui para o lucro dos bancos e ainda provoca uma ligeira queda na taxa de captação de recursos dessas instituições."
Os analistas, entretanto, mantém suas indicações. "Acreditamos que o processo de flexibilização do crédito continuará e, possivelmente, passará por uma nova redução de compulsórios", diz Hélio Murakami, analista do HSBC Asset Management.
Para o Bradesco, o banco indicado por ele, uma redução no compulsório teria forte impacto positivo. Entre os bancos privados ele é o que tem o maior volume de depósitos à vista, R$ 5,721 bilhões. Se parte desse dinheiro passar a render, o lucro aumenta.

Novas dicas
Duas alterações estão sendo feitas na carteira de dicas, nesta semana. A Novação trocou Comgás PN por VCP (Votorantim) Celulose e Papel PN.
A VCP Celulose e Papel obteve um lucro líquido de R$ 1,73 milhão no primeiro semestre. "A recuperação dos preços internacionais da celulose, aliada a um câmbio favorável às exportações, deverá elevar o lucro da companhia", diz Amorim. A empresa exporta metade da sua produção.
A corretora Santander trocou Souza Cruz ON por Brasmotor PN. "A Brasmotor deve ser uma das principais beneficiadas pelas medidas de redução do custo do crédito ao consumidor", diz Sérgio Goldman, analista da Santander.


Texto Anterior: Simulado: "Folhainvest em Ação" entrega prêmio aos vencedores do ano
Próximo Texto: Pregão Eletrônico: Turbulência impede maior alta
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.