São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 2001

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INVESTIMENTOS

Existem produtos para todos os perfis de investidor; aplicação deve ser feita por seis meses, no mínimo

Há novas opções para a diversificação

DA REPORTAGEM LOCAL

Já que a ordem dos analistas para os investidores é diversificar as aplicações ao máximo e promover um alongamento de sua poupança, não perca mais tempo. Novos e antigos produtos já estão nas prateleiras como opções para aqueles que ainda não definiram sua nova estratégia de aplicação.
Entre as novidades estão investimentos voltados para quem pode deixar o dinheiro aplicado ao longo dos próximos seis meses, no mínimo. Fundos em euro, Fiex (Fundos de Investimentos no Exterior) e fundos atrelados ao IRF-M (Índice de Renda Fixa do Mercado) são algumas das indicações dos analistas.
Esse último é recomendado aos investidores mais conservadores que ainda não se animaram a investir em fundos com maior risco, mas que querem ter um ganho maior que o CDI.
Até o momento, apenas duas instituições, a CEF (Caixa Econômica Federal) e o Pactual, lançaram fundos atrelados ao IRF-M. "É um fundo voltado para quem quer investir pensando no médio e longo prazos", diz Jorge Luiz Ávila, diretor de fundos da CEF. "Se o investidor aplicar só por um mês, pode ter rentabilidade pior que a do CDI."
O IRF-M é um índice baseado na rentabilidade dos títulos públicos prefixados em circulação. Num investimento superior a seis meses, esse fundo tende a render mais que o CDI porque tem em carteira papéis de mais longo prazo e que, consequentemente, apresentam ganho maior.
O risco dessa aplicação é a taxa de juros voltar a subir. "Esse fundo trabalha 100% prefixado, diferentemente dos fundos atrelados ao CDI, que podem ter títulos pós-fixados", diz Ávila.
O fundo IRF-M do Pactual tem como meta superar o indicador. É um fundo ativo voltado para os investidores que apostam numa queda dos juros. Na CEF, o fundo só estará sendo comercializado em fevereiro, com aplicação mínima de R$ 5.000. No Pactual, o investimento inicial é R$ 50.000.
Os fundos Fiex investem em papéis da dívida externa brasileira, como os C-Bonds. Para Luis Stuhlberger, gestor da Hedging-Griffo, esses fundos ficaram mais interessantes depois que o câmbio passou a ser flutuante.

Longo prazo
"Com o câmbio flutuante, a correlação entre "bradies" (papéis da dívida externa) e dólar é inversa, ou seja, quando os papéis caem, o câmbio sobe, o que funciona como um amortecedor."
Stuhlberger diz que, mesmo se os títulos da dívida externa não se valorizem, o investidor ganhará com a valorização do dólar. "Esse fundo proporciona também um "hedge" (proteção) cambial", diz.
Para Hércules Antonio Xavier, gerente de produtos do Banco do Brasil, a situação econômica atual do Brasil vem favorecendo a valorização dos títulos da dívida externa. "O risco desse fundo é a perda da rentabilidade caso ocorra uma deterioração do cenário econômico atual, o que é pouco provável", diz.
No BB, a aplicação mínima é de R$ 2.500, e a taxa de administração chega a 1,5% ao ano. Na Hedging-Griffo, somente investidores com aplicação a partir de R$ 5.000 podem aplicar no fundo Fiex. A taxa de administração é 1%.
O Pactual tem um fundo Fiex em euro. "O fundo é composto por títulos da dívida externa emitidos em euro, além de títulos de crédito de empresas", afirma Rodrigo Xavier, sócio da Pactual Asset Management.
"Para quem tem dívidas em euro, mantém fluxo comercial com a Europa ou mesmo acredita numa valorização dessa moeda, vale a pena investir", afirma.
Além do Fiex, já há também uma outra opção na mesma moeda. O Deutsche Bank Investimentos lançou, na última semana, um fundo indexado ao euro. Esse produto funciona como um fundo cambial, mas lastreado na moeda européia. "O fortalecimento da Europa frente aos Estados Unidos deve continuar", diz Mark Matos, gerente de marketing.
Para os investidores que querem aplicar uma parte dos recursos em ações, analistas sugerem os fundos multicarteiras. A CEF vai lançar até o final de janeiro um fundo multicarteira cuja exposição em Bolsa chegará a até 30%. A aplicação mínima deverá ser de R$ 5.000.
Outra modalidade de fundo que deve ganhar destaque com a perspectiva de crescimento da economia, segundo os analistas, são os fundos de dividendos. "Esses fundos são indicados para quem quer entrar em Bolsa, mas não diretamente", diz Eduardo Cavalheiro, gestor de renda variável da Sudameris Investimentos. Eles têm em carteira somente empresas que pagam bons dividendos. "Se o investidor não ganhar com os dividendos, ganhará com a valorização dos papéis."


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