São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 2001

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MERCADO DE CAPITAIS

BOLSA

Analista diz que americanos e europeus estão "empolgados" com o Brasil; valorização no ano já chega a 14,88%

Cresce interesse de estrangeiros pelo país

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Analistas do mercado financeiro esperam uma semana positiva como a que passou, quando a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) subiu 4%.
Com o bom desempenho do Ibovespa, que já recuperou as perdas acumuladas ao longo de 2000 (10,7%) ao registrar valorização de 14,88% em janeiro até sexta-feira passada, especialistas observam o crescente interesse de investidores, inclusive estrangeiros, nas ações brasileiras.
Segundo o diretor da Latinvest, César Trotte, nos primeiros dez dias de janeiro, o saldo de investimento externo foi positivo em R$140 milhões.
"Nossos clientes norte-americanos e europeus estão empolgados com o Brasil por acreditarem que entramos num ciclo virtuoso, que só vai melhorar. Ainda não entraram fortemente pela preocupação com a economia dos EUA. Quando tiverem clareza maior, eles voltam", afirma Trotte.
Nos próximos dias, as atenções continuam voltadas para os Estados Unidos. De um lado, para os primeiros movimentos do governo George W. Bush, e, de outro, para a possibilidade de o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) voltar a cortar os juros do país na sua próxima reunião, no final do mês.
Um novo corte nas taxas norte-americanas reforçaria a expectativa de o governo brasileiro voltar a baixar a taxa básica no país.
O índice mais importante a ser divulgado na semana nos Estados Unidos é o do custo da mão-de-obra, que sai na próxima quinta-feira, feriado na cidade de São Paulo.
"Mantido esse quadro de escassez de notícias importantes, espera-se uma semana tranquila, com pouca volatilidade nos quatro pregões que a Bovespa terá", diz Maurício Zanella, do Lloyds TSB.
Trotte sugere aplicar mais em Bolsa do que em renda fixa, que terá retorno menor.
"O investidor se protege das crises colocando tudo em renda fixa. Com juros caindo, economia crescendo e preço dos ativos reais subindo, ele tem de se proteger é da estabilidade", diz.
Felipe Barros, analista da Latinvest, recomenda os setores de siderurgia, telecomunicações e de energia. "São básicos, cuja demanda aumentará com o crescimento da economia."


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