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MERCADO DE CAPITAIS
BOLSA
Analista diz que americanos e europeus estão "empolgados" com o Brasil; valorização no ano já chega a 14,88%
Cresce interesse de estrangeiros pelo país
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Analistas do mercado financeiro esperam uma semana positiva
como a que passou, quando a Bovespa (Bolsa de Valores de São
Paulo) subiu 4%.
Com o bom desempenho do
Ibovespa, que já recuperou as
perdas acumuladas ao longo de
2000 (10,7%) ao registrar valorização de 14,88% em janeiro até sexta-feira passada, especialistas observam o crescente interesse de
investidores, inclusive estrangeiros, nas ações brasileiras.
Segundo o diretor da Latinvest,
César Trotte, nos primeiros dez
dias de janeiro, o saldo de investimento externo foi positivo em
R$140 milhões.
"Nossos clientes norte-americanos e europeus estão empolgados
com o Brasil por acreditarem que
entramos num ciclo virtuoso, que
só vai melhorar. Ainda não entraram fortemente pela preocupação
com a economia dos EUA. Quando tiverem clareza maior, eles voltam", afirma Trotte.
Nos próximos dias, as atenções
continuam voltadas para os Estados Unidos. De um lado, para os
primeiros movimentos do governo George W. Bush, e, de outro,
para a possibilidade de o Fed (Federal Reserve, o banco central dos
EUA) voltar a cortar os juros do
país na sua próxima reunião, no
final do mês.
Um novo corte nas taxas norte-americanas reforçaria a expectativa de o governo brasileiro voltar a
baixar a taxa básica no país.
O índice mais importante a ser
divulgado na semana nos Estados
Unidos é o do custo da mão-de-obra, que sai na próxima quinta-feira, feriado na cidade de São
Paulo.
"Mantido esse quadro de escassez de notícias importantes, espera-se uma semana tranquila, com
pouca volatilidade nos quatro
pregões que a Bovespa terá", diz
Maurício Zanella, do Lloyds TSB.
Trotte sugere aplicar mais em
Bolsa do que em renda fixa, que
terá retorno menor.
"O investidor se protege das crises colocando tudo em renda fixa.
Com juros caindo, economia
crescendo e preço dos ativos reais
subindo, ele tem de se proteger é
da estabilidade", diz.
Felipe Barros, analista da Latinvest, recomenda os setores de siderurgia, telecomunicações e de
energia. "São básicos, cuja demanda aumentará com o crescimento da economia."
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