|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Confira a mordida dos bancos
DA REDAÇÃO
O movimento de queda dos juros básicos da economia não vem
sendo acompanhado pela redução das taxas cobradas pelos bancos, lojas e financeiras na concessão de crédito. O resultado é um
profundo abismo entre a taxa do
CDI (Certificado de Depósito Interbancário), o referencial das
aplicações de renda fixa, e os juros
pagos pelos consumidores.
A taxa anual do CDI caiu de
27,13%, em 96, para 8,76% em junho deste ano. Já o juro médio cobrado no comércio, ao ano, saiu
de 231,06%, em 96, para 92,82%
neste ano. "As taxas no crediário
caíram, mas bem menos que a do
CDI", observa Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da
Anefac. Há quatro anos, o juro do
crediário representava 752% do
CDI e hoje representa 518%.
Segundo Oliveira, os bancos
também cortaram pouco os juros
cobrados nas operações de crédito. Prova disso é que a relação das
suas taxas com o CDI ainda é altíssima. Enquanto em 96 a taxa do
cartão de crédito correspondia a
1025% do CDI, neste ano está em
869%.
O cheque especial não fica atrás.
Suas taxas correspondiam a 795%
do CDI e hoje estão em 794%.
"Ou seja, houve um recuo nominal dos juros cobrados por bancos, financeiras e lojas, mas se
comparado ao juro que remunera
o investidor (CDI), a defasagem é
enorme", acrescenta Oliveira. Segundo ele, por conta dessas taxas
absurdas, os bancos obtém lucros
elevados todos os anos. "No cheque especial quase a metade da taxa cobrada (40,50%) é lucro", diz.
Texto Anterior: Crediário: Quando é preferível gastar ao invés de economizar Próximo Texto: Fundos: Renda fixa ganha até 0,09% num dia Índice
|