São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2000


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Confira a mordida dos bancos

DA REDAÇÃO

O movimento de queda dos juros básicos da economia não vem sendo acompanhado pela redução das taxas cobradas pelos bancos, lojas e financeiras na concessão de crédito. O resultado é um profundo abismo entre a taxa do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), o referencial das aplicações de renda fixa, e os juros pagos pelos consumidores.
A taxa anual do CDI caiu de 27,13%, em 96, para 8,76% em junho deste ano. Já o juro médio cobrado no comércio, ao ano, saiu de 231,06%, em 96, para 92,82% neste ano. "As taxas no crediário caíram, mas bem menos que a do CDI", observa Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac. Há quatro anos, o juro do crediário representava 752% do CDI e hoje representa 518%.
Segundo Oliveira, os bancos também cortaram pouco os juros cobrados nas operações de crédito. Prova disso é que a relação das suas taxas com o CDI ainda é altíssima. Enquanto em 96 a taxa do cartão de crédito correspondia a 1025% do CDI, neste ano está em 869%.
O cheque especial não fica atrás. Suas taxas correspondiam a 795% do CDI e hoje estão em 794%. "Ou seja, houve um recuo nominal dos juros cobrados por bancos, financeiras e lojas, mas se comparado ao juro que remunera o investidor (CDI), a defasagem é enorme", acrescenta Oliveira. Segundo ele, por conta dessas taxas absurdas, os bancos obtém lucros elevados todos os anos. "No cheque especial quase a metade da taxa cobrada (40,50%) é lucro", diz.


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