São Paulo, Segunda-feira, 26 de Julho de 1999
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De poupadores a investidores

Caderno de investimentos da Folha completa um ano

Investidores descobrem importância da diversificação

Pregão virtual desmistifica aplicação em Bolsa de Valores

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Participantes do "Folhainvest em Ação", que se inscreveram no simulado para tentar compreender melhor o mecado acionário


da Redação

No campo dos investimentos, a informação faz a diferença. Quem acompanhou com regularidade a economia nos últimos 12 meses teve condições de avaliar a melhor aplicação para suas economias.
Num ano francamente desfavorável à aplicação mais popular do país, a velha e boa poupança, essa diferença se traduziu em números expressivos.
Diante de taxas de juro que, nesse período, chegaram a ultrapassar 50% ao ano, as aplicações atreladas aos juros, como os fundos DI, garantiram ganhos líquidos 8% superiores aos da poupança.
Os leitores do Folhainvest conheceram opções de aplicações tão seguras quanto a poupança e com rentabilidades superiores.
Em depoimentos ao caderno, que completa um ano de circulação amanhã, muitos afirmaram que, hoje, fazem a opção de carteira de acordo com a situação econômica e o nível de risco a que querem se expor. "Aplicava só em caderneta; agora, diversifico", diz Daniela Takano, 20.
Veja na foto ao lado os menos conservadores desses leitores. Eles desvendaram os mistérios da Bolsa e deram os primeiros passos nesse mercado participando do "Folhainvest em Ação", o pregão virtual criado pela Folha, com o apoio técnico da Bovespa (leia texto na pág. 2-3). "Não sabia como funcionava a Bolsa, só sabia que era perigoso", diz Antônio Pentagna, que fez sua inscrição no simulado em outubro.
"Não conhecia o mercado financeiro e, por isso, não me sentia seguro para fazer outras aplicações além da poupança", diz Daniel Gomes Damasceno, 22, outro participante do "Folhainvest em Ação". Ele entrou no pregão virtual em março. Dois meses depois fez sua primeira investida na Bolsa: comprou ações da Brahma.
Desde então, as ações da empresa tiveram uma valorização de 78%. Ele embolsou parte dos lucros, vendendo uma parcela de suas ações, mas manteve sua aplicação. "O papel pode subir mais, principalmente no longo prazo, que é o meu horizonte", diz.
Esses investidores decidiram cuidar melhor de suas economias, diversificando suas aplicações com o cuidado de rever a carteira de tempos em tempos. Essa disciplina se mostrou rentável. De 18 carteiras sugeridas por analistas à Folha, no Folhainvest, a de menor rendimento apresentou um ganho de 23% no período de 2 de agosto de 1998 ao último dia 21. No mesmo período, a poupança rendeu 13,4%.
Uma das carteiras que mais brilhou durante esse ano foi a sugerida pelo professor José Roberto Ferreira Savóia, da USP. A carteira rendeu 49,5% de setembro do ano passado até a última semana. Nesse prazo, a poupança rendeu 12,4% e o CDB teve um rendimento de 25,5%.
Nesse último ano, os investidores viram o esgotamento do modelo cambial fixo na maioria dos mercados emergentes. Mas as crises externas não estão encerradas, e os economistas advertem: muita atenção durante as próximas semanas.



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