São Paulo, Segunda-feira, 30 de Agosto de 1999
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FUNDOS DE INVESTIMENTO
Oscilação do câmbio leva instituições a aumentar a oferta de aplicações dolarizadas
Dólar é opção para quem quer risco

da Redação

Nunca foi tão fácil comprar dólares. E nunca foi tão arriscado. Fácil, porque a oferta de produtos cambiais está aumentando a cada dia; arriscado, porque determinar o valor da moeda é, hoje, o maior desafio do mercado.
Assim, para quem tem dívidas em dólar, buscar proteção passou a ser uma necessidade; para quem não tem, mas aceita correr risco na tentativa de engordar seus ganhos, o dólar é, hoje, mais uma alternativa de aplicação.
Nesta semana, a CCF Brain (Brazilian Assets and Investments Management) lançará um Fiex (fundo de investimento no exterior) concentrado em IDU (títulos que correspondem aos juros da dívida externa).
Na semana passada, a UAM (Unibanco Asset Management) lançou seu primeiro fundo cambial, que, à princípio, será distribuído apenas ao público "private" (aplicação mínima de R$ 50 mil). Outros bancos também se preparam para colocar fundos cambiais ou Fiex na prateleira.
Mais: estão atentos a carteiras diferenciadas que vão buscar ganhos em outros mercados. São carteiras que não vão perseguir apenas a variação do dólar. Na prática, é como se o dinheiro do investidor, aplicado em outros ativos, estivesse em dólar.
No Fiex do CCF, por exemplo, o investidor concentrará seus investimentos em IDU. "É uma alternativa de proteção cambial para quem tem dívidas em dólar", diz Ricardo Nardini, diretor da CCF Brain. Mas o investidor correrá o risco do IDU.
O IDU é um papel que paga, atualmente, uma taxa atraente, de 12% em dólar. E não se surpreenda se novos produtos forem lançados direcionados a esse ativo. Isso porque, como seu vencimento está próximo (2001), é um papel de baixa oscilação (risco) que pode despertar o apetite de investidores que estão à procura de aplicações dolarizadas.
Já o fundo cambial da UAM concentra sua carteira em títulos do governo federal indexados em dólar. Sua gestão procura manter a carteira com prazos muito curtos. "Quanto menor o prazo, melhor a proteção cambial", diz Marcelo Peano, diretor da UAM. Nesse caso, trata-se de uma gestão passiva, que busca apenas perseguir a variação do dólar.


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