São Paulo, Segunda-feira, 30 de Agosto de 1999
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Liquidez diária atrai dinheiro para fundos

Lili Martins/Folha Imagem
Arthur Ferreti, interessado em saber melhor como é a cobrança de Imposto de Renda em fundos


RODRIGO FRANÇA
da Reportagem Local

No mês de agosto, até o dia 17, mais de R$ 3,6 bilhões passaram a engordar o patrimônio dos fundos de investimento, segundo dados do Banco Central. De onde veio tanto dinheiro? Principalmente dos investidores que saíram das aplicações de CDB (Certificado de Depósito Bancário) e da poupança (veja quadro).
O principal motivo é a liquidez diária, oferecida por vários fundos desde o último dia 2. "O investidor pode rever sua carteira a qualquer momento e isso o deixa mais seguro para aplicar em fundos", diz Alberto Fernandes, diretor da Lloyds Asset Manegement.
Outra razão é a busca por maiores rentabilidade. "Os fundos têm mais opções e tradicionalmente rendem mais que a poupança e o CDB", diz Marcelo Giufrida, diretor da Associação Nacional dos Bancos de Investimento.
Mas, para ter sucesso na operação, você deve conhecer bem o produto. Fundo de investimento é o mecanismo de captação de recursos de um conjunto de pessoas e/ou empresas, com o objetivo de aplicá-los no mercado financeiro.
Eles estão separados em FIFs (Fundo de Investimentos Financeiros) e em fundos de ações. Há também os FACs (Fundo de Aplicações em Cotas de outros fundos).
Todos os fundos são classificados de acordo com seu perfil de risco. Há fundos DI (aplicação mais conservadora, que acompanha os juros porque compram 100% da carteira com títulos pós-fixados), de renda fixa prefixada (que aplicam o patrimônio de seus cotistas em títulos públicos e privados e CDBs) e derivativos (opção mais agressiva, que faz operações na Bolsa de Mercadorias & Futuros). Os fundos de ação ou carteira livre compram ações na Bolsa de Valores.
"E as taxas e o imposto, já estão descontadas nas rentabilidades apresentadas pelo banco?", pergunta Arthur Ferretti. Os fundos pagam taxa de administração e Imposto de Renda (20% sobre os ganhos nos de renda fixa e 10% nos de renda variável).
Neste ano, o rendimento acumulado da poupança é de 8% e de um fundo DI (opção mais conservadora) foi de 17%. Observe que o rendimento da poupança é líquido de taxa de administração e Imposto de Renda. Mas, ainda assim, a diferença é grande. O rendimento líquido de um fundo DI, acumulado este ano, é de 13,4%.
"A indústria de fundos pegou definitivamente no Brasil", afirma Alfredo Setúbal, diretor do Banco Itaú. "Afinal, os fundos criaram uma facilidade grande para o investidor", diz.


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