São Paulo, domingo, 1 de fevereiro de 1998

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LUIZA ERUNDINA
Ex-prefeita de São Paulo

""Li o "Manifesto' na década de 60. Tinha 26, 27 anos. Interrompi meus estudos depois do curso colegial. Fiquei nove anos sem estudar e depois retomei à universidade com 23, 24 anos. Fiz o curso de graduação na Paraíba. Fazia serviço social.
Havia grupos de militantes, não de partidos políticos, mas do movimento estudantil, que se reuniam nos finais de semana para estudar. Nós estudávamos os clássicos, as teorias que eram referência à formação política daqueles grupos de esquerda, e foi com eles que eu tomei contato pela primeira vez com o "Manifesto Comunista'.
Na época os estudantes estudavam mais fora da sala de aula do que na sala de aula. O "Manifesto Comunista' era um desses textos que a gente debatia. Me causou um grande impacto, sobretudo pela utopia, a força de uma sociedade sem exploração.
O que mais me impactou, primeiro, foi a idéia das classes trabalhadoras, do proletariado, como protagonista da história, o sentido universal, mostrando o encadeamento lógico da evolução da humanidade até o capitalismo, a luta de classes como motor da história. Isso significou um marco na minha formação política e na minha compreensão da história."



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