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LUIZA ERUNDINA
Ex-prefeita de São Paulo
""Li o "Manifesto' na década de 60.
Tinha 26, 27 anos. Interrompi
meus estudos depois do curso colegial. Fiquei nove anos sem estudar e depois retomei à universidade com 23, 24 anos. Fiz o curso de
graduação na Paraíba. Fazia serviço social.
Havia grupos de militantes, não
de partidos políticos, mas do movimento estudantil, que se reuniam nos finais de semana para estudar. Nós estudávamos os clássicos, as teorias que eram referência
à formação política daqueles grupos de esquerda, e foi com eles que
eu tomei contato pela primeira vez
com o "Manifesto Comunista'.
Na época os estudantes estudavam mais fora da sala de aula do
que na sala de aula. O "Manifesto
Comunista' era um desses textos
que a gente debatia. Me causou um
grande impacto, sobretudo pela
utopia, a força de uma sociedade
sem exploração.
O que mais me impactou, primeiro, foi a idéia das classes trabalhadoras, do proletariado, como
protagonista da história, o sentido
universal, mostrando o encadeamento lógico da evolução da humanidade até o capitalismo, a luta
de classes como motor da história.
Isso significou um marco na minha formação política e na minha
compreensão da história."
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