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Carlos Chagas
Descoberta no pau-a-pique
E
m 1905, dificuldades financeiras forçaram Carlos Chagas (1879-1934) a
aceitar uma missão em Santos
para combater a malária, endêmica entre os trabalhadores
empregados para a construção
do porto.
Em Itatinga, um pequeno
povoado das vizinhanças, Chagas empreendeu a primeira
campanha brasileira bem-sucedida para o controle da malária. Em lugar de empregar a
técnica de destruir as larvas,
ele usou o píretro para desinfetar as casas e, dessa forma, obteve um sucesso surpreendente.
Publicou sua técnica em
"Prophylaxia do Impaludismo", um trabalho que foi ressuscitado 40 anos depois como
um guia para o uso dos novos
inseticidas sintéticos.
Em 1909, Cruz pediu a Chagas que se incumbisse de uma
nova campanha contra a malária no povoado de Lassance, a
cerca de 600 km do Rio, que
era, naquela época, o terminal
da projetada Estrada de Ferro
Central do Brasil. Chagas permaneceu em Lassance por dois
anos (1909-10), vivendo em um
vagão de trem. Durante esse
período, descobriu e descreveu
a doença que leva o seu nome.
Poucos dias depois de sua
chegada a Lassance, a atenção
de Chagas foi atraída para o
grande número de insetos que
infestavam as paredes de pau-a-pique das moradias. Ao examiná-los, constatou que os insetos freqüentemente abrigavam um tripanossomo.
Do gato ao homem
Chagas identificou esse tripanossomo como um novo gênero e espécie e propôs denominá-lo Schizotrypanum Cruzi
(geralmente conhecido como
Trypanosoma Cruzi), o nome
da espécie em homenagem a
seu amigo e professor.
Em seguida, verificou a patogenicidade desse tripanossomo
em macacos, cães e gatos. A infectividade positiva do tripanossomo nesses animais levou-o a considerar que tal infecção
em seres humanos explicaria o
padrão da doença que encontrara na região.
Chagas então pesquisou a
presença do tripanossomo em
sangue humano; ele o encontrou numa paciente pediátrica
que apresentava os sintomas
de uma infecção aguda.
Trecho do verbete escrito por Carlos Chagas Fº .
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