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Memórias, Sonhos, Reflexões
MARIO CRAVO NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Ler, em "Memórias, Sonhos, Reflexões", sobre a vida
de Carl Gustav Jung, um dos mais importantes personagens do século 20, é um certo tipo de "confissão". Ele nos projeta a um certo ponto de encontro,
àquela linha divisória que está na dualidade do ser e do
universo metafísico. No prólogo do livrinho, Jung sintetiza: "O problema é somente este: é a minha aventura a minha verdade?".
Ao ler as suas "memórias", ele nos ajuda, especialmente aos jovens, a nos sentirmos confortáveis em relação a
nós mesmos, a nossas vidas e a nossa maneira de ser. Ele
nos leva a refletir sobre a realidade de nossas almas, as incertezas que nos aprisionam no universo de opressão da
sociedade em que vivemos.
Na verdade, temos na nossa frente um pequeno grande
livro, que nos leva a refletir sobre uma tênue sensação de
que há algo maior, que abrange a natureza do homem na
sua totalidade e que não é -"o todo bem e o todo mal".
Ao se referir a Deus com uma linguagem simples e honesta, o velho sábio nos dá uma das mais belas definições
da grandeza do seu ser, que é a seguinte: "Até hoje, Deus é
o nome pelo qual designo todas as coisas que cruzam violenta e intempestivamente meu caminho voluntário, todas as coisas que conturbam minhas opiniões subjetivas
e que modificam o curso da minha vida para melhor ou
para pior".
Mario Cravo Neto é fotógrafo, autor de "Salvador Cravo Neto" (Epigrama), entre outros.
A obra
"Memórias, Sonhos, Reflexões", de Carl Gustav Jung. Trad. Dora
Ferreira da Silva, 362 págs., R$ 41. Ed. Nova Fronteira (tel. 0/xx/
21/2131-1111).
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