São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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ARTE

por Teixeira Coelho

In Search of Cultural History
[À Procura da História Cultural], de Ernst Gombrich Clarendon Press (Reino Unido), 1969 Em especial o capítulo "A História da Arte e as Ciências Sociais", por atrever-se a afirmar, contestando idéias feitas modernas, entre outras coisas, que a história da arte é, sim, a história das obras-primas e dos "mestres antigos" (título de um romance de Thomas Bernhard); que os valores em arte não são relativos; que não somos nós que julgamos a obra de arte, mas, sim, ela que julga a nós; e por distinguir o método do historiador daquele do cientista social.

Cahiers
[Cadernos], de Paul Valéry Paris (França), ed. Gallimard, 1983 Refiro-me a todos eles -publicados juntos como na coleção Pléiade-, e não a um ou outro, em separado, como ocorreu aqui: todos os fragmentos encadeados, sobre arte e sobre poética e eros, a consciência e a ciência: tudo diz respeito à arte. Suas anotações breves e livres são uma epifania conceitual abrangente e integradora (por paradoxal que pareça) raramente alcançada na forma de ensaio.

La Vérité en Peinture
[A Verdade em Pintura], de Jacques Derrida Paris, ed. Flammarion, 1978 Um longo "riocorrente" de reflexões relacionadas quase por livre associação: o estímulo é rico, depende de cada um tirar dali o que puder.

The Split and the Structure
[A Fenda e a Estrutura], de Rudolf Arnheim Porque sua resposta favorita ao mundo não é insistir no que está mal (na arte, na cultura); por mostrar que a forma (a estrutura) é vital à arte, em especial na condição de árbitro e guia nos momentos, como agora, marcados pelo conflito entre opções alternativas ou excludentes.

What Is Painting? - Representation and Modern Art
[O Que É a Pintura? - Representação e Arte Moderna], de Julian Bell Londres, ed. Thames and Hudson, 1999 Uma introdução à arte contemporânea, como diz Gombrich, de "refrescante originalidade", atenta a fatos como a importância hoje dada mais ao modo como um artista faz sua obra do que àquilo que daí resulta: o culto a Pollock derivado mais das fotos que o mostram pintando do que das pinturas feitas: não se entendendo isso, não se entende arte contemporânea.
Teixeira Coelho é ensaísta, escritor e professor titular da Escola de Comunicação e Artes da USP. É autor de "Dicionário Crítico de Políticas Culturais" e "Niemeyer - Um Romance" (ed. Iluminuras).

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