|
Texto Anterior | Índice
RISCO NO DISCO
Visita
LEDUSHA
Passos noturnos encharcados de melodia e chuva.
Tempo mastigando o tempo. O homem sopra argolas
de fumaça contra a luz da
luminária, retalhos de palavras fugidias. A sala impregnada pelo odor dos livros. Houve um final de inverno que a trouxe quase
muda.
Chegou envolta em véus
de vento, nos olhos o sangue diluído do crepúsculo.
Bebeu o vinho, devorou as
peras, adormeceu no tapete
azulado. Num amanhecer
partiu, em saltos de gazela.
Por onde passou bosques
frescos nasceram. Agora
um silvo acena além das janelas embaçadas. O homem permanece afagando
o cão. Observa os ciclos, os
círculos, os primeiros estalos da primavera.
Texto Anterior | Índice
|