São Paulo, domingo, 7 de junho de 1998

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CRONOLOGIA

1962 - É realizado o Concílio Vaticano 2º (1962-65), sob os pontificados de João 23 e Paulo 6º. No documento resultante desse concílio a igreja enfatizava o trabalho missionário, o ecumenismo entre as igrejas cristãs e sobretudo a paz e a justiça social.

1964 - Em 1º de abril, movimento militar derruba o presidente João Goulart. Assume o general Castelo Branco. Grande parte da igreja apóia o movimento, inclusive d. Paulo Evaristo Arns.

1967 - O PCB (Partido Comunista Brasileiro), a principal força marxista de esquerda, sofre um racha: os que defendiam a luta armada saem do partido; os que queriam a "via pacífica" para lutar contra o regime militar ficam no PCB.
Vários grupos de luta armada são formados no Brasil, entre eles a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), de Carlos Lamarca. Com o racha do PCB, dissidentes de Ribeirão Preto fundam a FALN (Forças Armadas de Libertação Nacional), liderada pelos estudantes Vanderley Caixe e Aurea Moretti.

1968 - Depois de sair do PCB, Carlos Marighella funda a principal organização de luta armada no Brasil no regime militar, a ALN (Ação Libertadora Nacional), antes chamado de Grupamento Comunista de São Paulo.
Os dominicanos, principalmente frei Betto, frei Ivo e frei Fernando, aderem à ALN, sem, no entanto, pegar em armas. Os frades oferecem apoio ao grupo, escondendo guerrilheiros.
Ocorre na Colômbia a Conferência Episcopal de Medellín. Começa a se difundir no Brasil o que ficou conhecido como teologia da libertação.

1969 - Em outubro, a FALN de Ribeirão Preto cai. Dezenas de pessoas são presas, acusadas de pertencerem ao grupo, entre elas madre Maurina Borges da Silveira.
D. Felício da Cunha, arcebispo de Ribeirão Preto, excomunga dois delegados -Renato Ribeiro Soares e Miguel Lamano- em razão das torturas de membros da FALN e de madre Maurina.
Em novembro, os dominicanos começam a ser presos. Primeiro, foram os freires Fernando e Ivo, no Rio de Janeiro. Frei Betto é preso no dia 9, em Porto Alegre (RS).
No dia 4 de novembro a polícia consegue fazer uma emboscada contra Carlos Marighella, que é morto em SP.

1970 - O cônsul japonês em São Paulo, Nobuo Okuchi, é sequestrado por membros da VPR. Para libertá-lo, os guerrilheiros exigem a soltura de cinco presos políticos, entre eles madre Maurina.
Libertada em troca do cônsul, madre Maurina vai para o México, onde fica até 86.

1973 - Alexandre Vannucchi Leme, ligado à ALN, é morto em SP nas dependências do Destacamento de Operações de Informações e Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). A polícia diz que ele foi atropelado, o que gera protestos.
O então arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, celebra a missa de sétimo dia da morte de Alexandre, na qual critica a existência de tortura no país.



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