São Paulo, domingo, 08 de setembro de 2002

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FBI, CIA e NSA compõem o tripé da espionagem nos Estados Unidos

O Birô Federal de Investigação (FBI) é a polícia federal dos EUA, responsável por contra-espionagem e inquérito judicial. Suas origens remetem a um sobrinho postiço de Napoleão: Charles Bonaparte, ministro da Justiça do presidente Theodore Roosevelt, que, em 1908, nomeou 34 agentes especiais para conduzir inquéritos sob sua direção. Batizado Birô de Investigação, esse modesto escritório fazia investigações sobre crimes federais.
A partir da Primeira Guerra Mundial, essa agência policial viu suas competências alargarem-se para incluir assuntos de espionagem, sabotagem e sequestro. Rebatizado "Federal Bureau of Investigation" em 1935, o serviço conheceu um forte aumento de efetivos e de poder sob a direção de J. Edgar Hoover. Foi Hoover quem iniciou a caça a comunistas e aqueles considerados subversivos, antes e durante a Segunda Guerra.
Ele chegou ao ápice do poder nos anos 1960, quando seu gosto pela vigilância de cidadãos americanos deu origem a uma vasta operação de espionagem política, durante a qual o FBI constituiu milhares de arquivos. Depois da morte de Hoover, em 1972, os sucessores tentaram frear seus excessos. O birô adotou regras estritas para limitar a espionagem doméstica, respeitar a vida privada e operar dentro da legalidade.
Já a Agência Central de Inteligência (CIA) é um serviço de informação voltado para o exterior, sem nenhuma jurisdição sobre solo americano. Seu objetivo é identificar as ameaças à segurança e aos interesses americanos provenientes do exterior e barrar sua execução. Foi criado em 1947 no governo de Harry Truman.
Tendo sua ação limitada devido a denúncias de abuso de poder, como na derrubada de governos na América Latina, a CIA passou a orientar seus esforços e investimentos, desde o fim da década de 70, para os meios tecnológicos -satélites, aviões de reconhecimento, escutas eletrônicas, pirataria informática-, dependendo minimamente de informações fornecidas por agentes em terra.
Apesar da utilização de tecnologias de ponta, a CIA não conseguiu prever dois dos mais importantes acontecimentos pós-guerra: a dissolução da União Soviética, em 1991, e os ataques de 11 de setembro de 2001, em Nova York e Washington.
Já a Agência de Segurança Nacional (NSA) foi criada em 1952, depois da dissolução de uma agência especializada que existia desde 1949. A NSA depende do Pentágono e tem como missões a investigação eletrônica (deve interceptar mensagens de redes terroristas), a distribuição de estações de escuta em todos os lugares do mundo e deve garantir a segurança das comunicações governamentais contra todo tipo de intrusão.


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