São Paulo, Domingo, 09 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JOSÉ SIMÃO

Viva Sampa! Globo Go Home!

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! Cuidado! Todos para o abrigo! Salve-se quem puder! Globo invade Sampa! A ordem agora é atacar São Paulo. Eu sei que a Globo tá precisando pegar anunciante em São Paulo, mas também não precisa puxar o saco; Vila Madalena, Terra Nostra e agora a Muralha, os bandeirantes. Aqueles sanguinários com resto de feijão na barba. Pra puxar mais o saco ainda só falta eles lançarem "Sampa, o Berço do Samba" e "Garota de Ilhabela". The Girl from Ilhabela. E o teste pra carioca fazer papel de paulista é chupar espaguete sem fazer barulho. Só paulista leva macarrão a sério!
E agora eu entendi tudo dessa apaulistada global: os bandeirantes vão comer macarrão num restaurante de Vila Madalena chamado "A Muralha". Rarará! E um paulista indignado com a invasão do bairro pichou num muro da Vila Madalena "Viva Sampa! Globo Go Home!" Rarará. E Terra Nostra com Vila Madalena dá brachola com bicho grilo. E bicha bicho grilo é uma bicha grilada. E a Globo lançou o Terra Nostra só pra vender molho de tomate. E uma amiga minha italiana ficou indignada quando anunciaram panetone ao som da tarantela!
E como é que a Globo lança às sete da noite uma novela chamada Vila Madalena pra paulista assistir num horário em que paulista tá engarrafado? Ou seja, ouvindo rádio. Eles têm que lançar rádionovela! E a autora de "A Muralha", a Dinah Silveira de Queiroz, é do tempo de "ai, que saudades dos ipês da avenida Paulista". A Globo ressuscitou a Dinah Silveira de Queiroz. E o Cid Moreira! E se o Covascilante estivesse vivo no tempo da Muralha ele ia botar pedágio pra bandeirantes! Ele ia botar pedágio na Muralha da China! E um leitor me disse que não aguenta mais aquela cor de cabelo do Fernando Henrique: azul tia velha de Higienópolis!
E, por causa da Globo, elenco de peça agora é assim: Fulano da novela das sete, fulana de Malhação e a garota da Playboy. Que ninguém lembra o nome e nem a cara. Aliás, pra quê? Rarará. Nóis sofre mas nóis goza. E gostoso!


Texto Anterior: Joyce Pascowitch
Próximo Texto: + primeira leitura - Salman Rushdie:Carta para o cidadão 6.000.000.000 º
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.