São Paulo, domingo, 09 de dezembro de 2007

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"Oscar Niemeyer é um grande arquiteto, um dos mestres originais que deram forma ao movimento modernista. Ele compartilha com Le Corbusier o amor pelo concreto, com sua inerente liberdade em relação ao jugo do ângulo reto. Suas construções belas e plásticas, de boas proporções e dinâmicas, casam escultura, função e ciência de modo artístico. Com profundo engajamento político ao longo de sua vida, ele acredita que o design não pode ser separado da responsabilidade social.
Em 2003, fez sua primeira construção no Reino Unido, o pavilhão [temporário] da galeria Serpentine, com a forma de um veleiro, no meio do Hyde Park, em Londres. Era simples e belo, em contraste com muitas estruturas complexas e distorcidas demais feitas hoje em dia. Foi como se ele tivesse passado cem anos frutificando seu trabalho, de modo a atingir uma simplicidade mágica que pode ser apreciada por todos."

RICHARD ROGERS, britânico, ganhou neste ano o Prêmio Pritzker. Foi um dos responsáveis pelo Centro Georges Pompidou (Paris).

"Oscar é uma pessoa com uma criatividade e um talento natural impressionantes. Sempre que visito suas obras, tudo parece fácil e natural. Por outro lado, sempre demonstrou uma clara coerência em seus princípios humanos, políticos, sociais e de criatividade. Niemeyer demonstrou que uma atitude de autêntica liberdade na criação produz uma arquitetura moderna e em constante evolução. Sua principal contribuição, especialmente valiosa neste momento, é a de uma arquitetura universal, ao mesmo tempo arraigada à cultura brasileira e a seus próprios princípios criativos. É sem dúvida um exemplo universal."

RICARDO LEGORRETA, mexicano, foi jurado do Pritzker em 1984.

"Eu tinha 14 anos quando vi as fotos dos primeiros edifícios de Brasília. Era um sonho. Um pouco mais tarde, eu descobria em um livro um desenho do Le Corbusier para Chandigarh, e depois, os croquis de Niemeyer para Brasília, dois choques. Os croquis de Oscar mostravam a invenção simples e pura da forma dialogando com a grande paisagem. Podíamos então fazer isso, era uma profissão! Isso se chamava: arquiteto. Quando comecei a desenhar para construir, lembrei e realizei o que tinha sido este momento de surpresa e de descoberta dos desenhos, o momento onde o olhar nasce. [...] Como a muitos, Oscar Niemeyer tinha aberto meus olhos. Ele mostrava como a arquitetura podia, aprimorando-se, aliar no mais alto nível, a razão e a sensibilidade, o rigor e a forma. [...]"

CHRISTIAN DE PORTZAMPARC, francês, ganhou o Pritzker em 1994.


A íntegra deste texto pode ser lida em www.folha.com.br/073402


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