FAUZI ARAP
ESPECIAL PARA A FOLHA

Recomendo toda a obra de Clarice Lispector, sou apaixonado por ela. Este livro (ed. Rocco) poderia ser adaptado para o cinema ou o teatro, pois tem uma trama de certo modo policial -nunca explícita, mas que deixa sempre uma ameaça no ar.
Há um crime; o personagem central, Martim, foge e se embrenha no mato. Ele passa a se descobrir, vai se reconstruindo aos poucos.
Essa situação remete ao trabalho do ator. Como no teatro, trata-se da questão da identidade: o personagem Martim rompe com sua identidade social para reconstruir-se a partir de suas raízes.