a
morte
a morte vestida
a morte vestida de verde-jade
ay! mi hijito !
a morte
perucas
em fogo
ruivo-incendiadas
roxo-combustas
verdes
vários tons de verde
as árvores as
copas das
explodem do
chão belas
cabeças de cogumelos
umbelas esfogueando caprichosamente desgrenhadas pelo
pente exímio de um
coiffeur de dames
|
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esta
dríade
colou seus pelos
púbicos na
fachada estilo new-
-england daquele
cottage
e os lúbricos
pentelhos vermelhos de
deusa drag-
-queen scapigliata
agarram-se na fachada
emasculada
sóbria _imáculo branco
puritano_ feito uma
vulva den-
ticulada
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aranha-rainha
piranha carangue-
jeira aliás
viúva-ruiva
levando o branco pu-
ro a uma pri-
ápica sú-
bita e-
reção de cal
|
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havia um
pick-up
vermelho-novinho
estacado na entrada ar-
borizada
peeping
mais
nada nin-
guém
|
jaz
sincopando no
rádio da limusine preta
impecável motorista preto
vestido (impecável) de preto
a rodovia lisa de
new haven para nova iorque
(aeroporto john kennedy)
|
sem
febre
(ou quase) sem
calafrios
sem aquela solta
via urinária de
mijo uma garr-
afa plástica de mineral water pescoço cortado for-
rado de esparadrapo e papel
higiênico servindo de pe-
nico portátil
a cada meia
hora rançosa
de suor e u-
réia com-
pulsiva
|
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voltar
sol frio nas narinas
aroma frio de sol nas
narinas
enquanto as ninfas
puritanas nin-
fômanas bacantes
desrepresas chu-
pavam as
paredes machas de
repente tesas ar-
rancadas de seu pio
torpor emasculado
|
os
olhos engoliam o carretel
acelerado da paisagem
com um gozo de boca
desentubada e
|
paz
paz
paz
na boca
do estômago
nas mãos picadas
de agulha
nos braços-
-equimoses
paz
na língua amar-
gosa na garganta nas
cavidades nos baixos
nas tripas
nas dobras
no ânus no
cós
paz: salto
(ex) mortal práfora
desse bad-trip em
útero u.t.i.
paz gostosa
bunda mansa
quente elástica
estourando do bi-
quininho dourado da
paz deitada na areia |
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/e te servindo
de ensolarado |
coxim
ah!
bundibela
paz!
|
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longe longe
correndo prá longe
do túnel verde-mijo da u.
t.
i.
olhos engolindo in(land)scapes pelo
vidro da li-
musine (intrapaisagens)
carretilha fluente de cartões
postais
|
a morte
a morte vestida
a morte vestida de verde-mijo
já se
fora já
estava longe
voara no seu robe de cloro
para outro
lugar feito uma
idéia fora do
seu práfora
do seu
lugar
_ merde
alors! _
atroz
|
agora subia o
calor
o a-
petite come-
çava a ronronar
o pulmão bebia
o pneuma por todos os
(ar!) poros:
ela:
(não a tessaliana não
a quérea a moura-verde-
-cloro) ela: a sua
beleza amantíssima
o seu toque de graça
plena o seu
rosto de radioso mar-
more vertido em calor
aveludado (veneza
faísca na memória!) as
suas mãos de longunhas
achinesadas
tão (mãos) longas tão
(mãos) macias (tanto
tanto tempo) a sua
testa curvi-
línea domo
de seda
o seu nariz de
finíssima talha
os olhos ah! os olhos
jóias misteriosas
(tanto tempo e o
passado não passa
o passado não pas-
só o presente per-
vivente este presente-
-aquiagora maçã
redonda plena
lastro-ouro das
laranjas quando)
ela está
assim
sentada
(a limusine quase
chegando) e seu
corpo destapa um
frasco de perfume: ela
(sua capitosa presença)
ao meu lado |