São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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ET+CETERA

Do intelectual ao leitor
"O antiintelectualismo desapareceu nos EUA. Os intelectuais também." A boutade é do historiador húngaro John Lukacs. Em artigo na "Chronicle of Higher Education", ele diz que a "classe" dos intelectuais foi construída no país em reação à sociedade de massas e sua "tirania da maioria", que decai com a crise do ideário de esquerda. Também conjectura que papel semelhante poderá ser ocupado, neste século da web e do DVD, pela figura do "leitor", tipo cada vez mais raro.

Visões (pós-coloniais) do paraíso
Exorcismos, "revelações" oníricas, estranhas invocações ao Espírito Santo, moralismo, espírito de cruzada. Quem critica a "civilizada" Igreja Católica do Primeiro Mundo por proibir o casamento de padres ou a camisinha deveria ver como é muito mais obscurantista o perfil do cristianismo na sua nova "sede" no século 21: o caldeirão de carências do hemisfério Sul. A tese é defendida pelo especialista Philip Jenkins -autor de "A Nova Cristandade"- em entrevista à "Atlantic Monthly".

A sociedade aberta e seus inimigos
Em artigo no "Libération", o escritor anglo-indiano Salman Rushdie comenta o processo movido na França por entidades islâmicas contra Michel Houellebecq, acusado de apologia ao ódio étnico por ter declarado que "a religião mais idiota é o islã". Condenado à morte pelo aiatolá Khomeini em 1988, por "blasfêmia", Rushdie lamenta a omissão de escritores de esquerda em defender Houellebecq, autor de "Plataforma", e diz que o episódio é (mais) uma afronta à liberdade de expressão.



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