São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 1998

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POESIA
Ledusha estréia seção na Folha

da Redação

A partir deste domingo, a escritora Leda Beatriz Abreu Spinardi, a Ledusha, passa a escrever semanalmente no Mais! na mesma seção que conta, em outros dias da semana, na Ilustrada, com a participação dos escritores Fernando Bonassi, Heloísa Seixas e Voltaire de Souza.
Bonassi assina às quartas-feiras e sábados a coluna "Na Rua". Heloísa Seixas publica seus "Contos Mínimos" nas segundas e quintas-feiras. Voltaire de Souza escreve "Vida Bandida" às terças e sextas-feiras. Os textos são publicados sempre ao lado do horóscopo (leia abaixo).
"Risco no Disco" é o nome da coluna de Ledusha, que foi uma das participantes, ao lado de Chacal, Francisco Alvim e outros, do grupo da chamada "poesia marginal", surgido no final dos anos 70.
"Escolhi o título "Risco no Disco' porque é o nome do meu primeiro livro, de 1981, que sempre me deu sorte", diz a escritora. "Mas o escolhi também porque os textos deverão ter algo da rapidez de um traço, de um risco, além da repetição que é característica de uma coluna -e de um escritor- e por causa do estranhamento que a "fratura' em um disco provoca no ouvinte, o mesmo que eu gostaria de provocar no leitor".
Nascida em 1953 em Assis (SP), Ledusha viveu em São Paulo, onde estudou letras e pedagogia na USP, cursos que não chegou a concluir. Mudou-se no final da década de 70 para o Rio, onde envolveu-se com os poetas "marginais". Atualmente vive em São Paulo.
Seu segundo livro de poemas foi "Finesse e Fissura" (Ed. Brasiliense), publicado em 1984. Seu terceiro trabalho foi "40 Graus" (Ed. Francisco Alves), publicado em 1990.
Ledusha planeja para este ano o lançamento de uma nova reunião de poemas, que deve levar o título de "Exercícios de Levitação".
Admiradora de Manuel Bandeira, Drummond e Julio Cortázar, a escritora diz que a coluna na Folha tem para ela o sentido de uma renovação. "É a oportunidade que tenho de reencontrar a minha poesia e o meu leitor". E cita, a respeito de seus textos, uma frase de Clarice Lispector: "Recebam apenas, como eu estou dando. Recebam-me com fios de seda".



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