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O medo como metáfora
A NOITE DOS MORTOS-VIVOS (68)
A ameaça externa à sociedade
americana são os soviéticos
(estamos no meio da Guerra Fria)
e, internamente, o país vivia o dia
seguinte do Civil Rights Act,
de 1964, que entre outras coisas protegia o negro norte-americano de
discriminação no trabalho e dava
respaldo legal ao crescente movimento por igualdade racial. No filme, um dos zumbis mais articulados e temidos é um negro; outro é
morto por um grupo de homens
brancos armados antes que fosse
comprovado que ele havia mesmo
se tornado um zumbi.
DESPERTAR DOS MORTOS (78)
De fora a fora, é uma crítica à fuga
ao subúrbio e ao consumismo
que toma os EUA, impulsionado
pela maior e mais rica classe média do planeta, surgida no pós-Segunda Guerra Mundial. Depois de
tomar o planeta, os zumbis cercam humanos no último shopping center livre da última cidade;
estes lutam até o fim para defender seu terreno. Rendeu até estudo acadêmico, "Zombies, Malls,
and the Consumerism Debate
-George Romero's Dawn of the
Dead", de Stephen Harper, da
Universidade de Glasgow.
DIA DOS MORTOS (85)
Ronald Reagan acaba de propor
seu plano de defesa estratégica,
em 1983, batizado propriamente
de "Guerra nas Estrelas", que promete proteger o país de qualquer
ataque nuclear por míssil; ao
mesmo tempo, a Aids deixa de ser
o "câncer gay", apelido da doença
no começo da década de 80, para
atemorizar homos, héteros e bissexuais democraticamente; no filme, um grupo de cientistas e militares reunidos num dos últimos
bunkers não-tomados pelos zumbis tentam achar a "cura" para a
"infecção" dos mortos-vivos.
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