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O terror da influência
DO ENVIADO A LOS ANGELES
Todo mundo que um dia já flertou
com o terror, do cineasta Steven
Spielberg (episódios de "Amazing
Stories") ao prolífico escritor Stephen King ("Carrie, a Estranha", entre dezenas de outros), já deu o devido crédito a George Andrew Romero
como uma das influências mais
marcantes, notadamente sua obra
seminal "Noite dos Mortos-Vivos",
de 1968. Quentin Tarantino ("Pulp
Fiction") dobra seus joelhos e beija a
mão de Romero a cada vez que o encontra e já chegou a organizar mostras que tinham seus filmes menos
conhecidos (ele é autor de 16 longas,
nem todos do gênero "zombie movie") como tema.
A Folha teve acesso ao depoimento
de alguns diretores, que falam de
George Romero sob a perspectiva
política:
Dennis Hopper (diretor de "Sem
Destino", de 1969, e "As Cores da
Violência", de 1989, entre outros)
-"Posso me considerar seu colega de
geração, pois começamos a dirigir
praticamente juntos, com um ano
de diferença. Não preciso dizer das
técnicas de guerrilha de Romero, como usar intestino de porco à guisa
de carne humana, o que ele faz até
hoje em nome do, digamos, "realismo", mesmo com todos os efeitos de
computador possíveis. O que mais
me assusta em seus filmes é a premissa dos inimigos não terem sentimento contra nós, apenas vontade
de nos comer, ou nos destruir. Isso é
o mais assustador."
Guillermo del Toro (diretor de
"Hellboy", de 2004, e "Blade 2", de
2002, entre outros) - "Romero faz algo que só encontrei nos livros de Stephen King, que é nacionalizar o terror, trazer o horror para a porta da
casa dos norte-americanos. Esse será seu principal legado, e não há
muitos cineastas que criam um gênero ou deixam um legado, pode ter
certeza. Vê-lo voltar ao tema da trilogia que o fez conhecido mundialmente é, mal comparando, ver Michelangelo voltar a pintar um novo
teto da capela Sistina."
John Landis (diretor de "Um Lobisomem Americano em Londres", de
1981, entre outros) - "Eu fui dos poucos felizardos a assistir à "Noite dos
Mortos Vivos" já na estréia, nos anos
60, e tenho de confessar que não estava preparado para uma ficção política tão sofisticada e brutalmente
realista, apesar de toda a carnificina
envolvida. Veria o filme de novo com
meu então colega de cinema, Steven Spielberg."
Clive Barker (diretor de "Hellraiser",
de 1987) - "Acho que "Terra dos Mortos" é Romero voltando a fazer o que
ele faz melhor e de onde nunca deveria ter se afastado. Quem quer ver
um filme de não-zumbis dele?"
(SD)
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