São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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Literatura 2
por Cristovão Tezza

Romance
A forma composicional enterrada várias vezes desde que se tornou o modelo de narrativa da "classe burguesa", de um lado, e símbolo da falência da representação "naturalista", de outro lado, vem renascendo como a linguagem capaz de, inesgotavelmente, dar conta de todas as outras e responder ao aqui e ao agora que virão.

Barbárie desarmada
O controle informatizado de tudo e todos, do celular ao cartão de crédito, terá o contraponto revolucionário dos desistentes da tecnologia, neo-hippies que não mais se juntarão em comunidade para cultuar uma falsa natureza, mas, lobos solitários, preguiçosos e tranqüilos, sem telefones nem computadores, cultuarão tudo que é devagar e ali na esquina.

Mikhail Bakhtin
Depois do esgotamento das aplicações literárias da moda (carnavalização, polifonia), a riqueza do filósofo de "Para uma Filosofia do Ato", "Sobre o Autor e o Herói" e "O Discurso no Romance" deve ressurgir das cinzas para dar conta de outro esgotamento, o das marcantes concepções formalistas da literatura que dominaram o século 20.

Clássicos
Para que não se perca o senso de medida, devem ser lidos cada vez mais Homero, Platão, Catulo, "As Mil e Uma Noites", "A Divina Comédia" [Dante], Shakespeare, "Dom Quixote" [Cervantes], "Robinson Crusoe" [Defoe], "Os Sofrimentos do Jovem Werther" [Goethe], "O Vermelho e o Negro" [Stendhal], Thoreau, "Crime e Castigo" [Dostoiévski], "A Morte de Ivan Ilitch" [Tolstói], "Ulisses" [Joyce], "Memórias Póstumas de Brás Cubas" [Machado de Assis], "O Som e a Fúria" [Faulkner], "O Coração das Trevas" [Conrad], "A Montanha Mágica" [Thomas Mann], "O Estrangeiro" [Camus].

Norbert Elias
"O Processo Civilizador" (ed. Jorge Zahar), como um exemplo possível das formas de uma boa leitura do mundo que vem por aí.

CRISTOVÃO TEZZA é crítico e escritor.

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