São Paulo, Domingo, 18 de Julho de 1999
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NOTAS
verso 24 - Referência a escritos de Schleiermacher e Novalis.

verso 32 - "Gênio", aqui, está traduzindo a célebre palavra "Witz", para a qual ainda não se encontrou a tradução adequada. Aqui está significando o gênio próprio, pessoal -de certo modo, o bom senso mesmo. A escolha da palavra pode ser interpretada como uma farpa contra os românticos que gostavam de explorar a ambiguidade e a riqueza de sentidos que ela oferece.

verso 38 - Saulo, centurião romano, que demorou para se converter e perseguiu cristãos, antes de se tornar o apóstolo São Paulo.

verso 88 - Segue versão cômica da descrição nostálgica do mundo medieval feita por Novalis no discurso "A Cristandade ou Europa" (ainda inédito na época), excluído da "Athenäum", junto com o poema de Schelling.

verso 117 - Aqui se esboça a futura idéia de Nietzsche, de que o cristianismo estaria a ponto de se autodissolver, dando lugar às forças da saúde e do niilismo, quando o protestantismo lhe deu novo alento, garantindo a sobrevida do ressentimento.

verso 158 - O poeta adiciona à obviedade natural, a semântica: "Cristo: cristais (Kristallen)".

verso 176 - A palavra "galharia", não registrada no "Aurélio", é abonada por uma antiga marcha carnavalesca ("Brotinho"): "Veja só que galharia seca está pegando fogo neste carnaval".

verso 185 - Com este verso se inicia o trecho publicado em 1800. É a parte propriamente "dogmática" e séria do poema. Contém as idéias que sustentavam a "Naturphilosophie" e que logo iriam ser reaproveitadas e reelaboradas por Hegel. Tilliete, na obra citada, qualifica esse fragmento de "inofensivo".

verso 199 - Aqui Schelling escreveu "Quallität", com duplo "l", querendo sugerir um falso parentesco etimológico com "quellen (...) tät" (traduzido por "faz manar" no verso seguinte) -e desse modo inocular nessa "qualidade" um pseudo-sentido original de "manancialidade". Desnecessário dizer que Heidegger era um ávido leitor de Schelling.

verso 218 - O homem é a auto-reflexão do Espírito, alcançada por este após sua progressão através do mundo natural.

verso 241 - Adoto esse neologismo, "turgir", apoiado no latim "turgeo", que significa ao mesmo tempo intumescer e brotar.

verso 250 - Aqui termina o trecho publicado em 1800, com a substituição destes últimos versos por: "É tudo uma só força, alternância e tecer,/ Pulsão e ímpeto por mais alto viver".

verso 292 - Referência a "Lucinde", de F. Schlegel, que, se os manes forem propícios, há de ser traduzido por Márcio Suzuki.


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