São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

+ notas

Atentado à liberdade
"Hoje há um pretexto mais forte do que a pornografia infantil para tentar controlar a internet: o terrorismo." A afirmação é do sociólogo espanhol Manuel Castells, que está lançando na Espanha "La Galaxia Internet" (ed. Areté). O ensaio enfatiza o "espírito de liberdade" que seria inerente à rede -ameaçado após os atentados de setembro.

Homenagem a Bernhard
O escritor austríaco Thomas Bernhard (1931-1989), um dos principais do século 20, é tema de um dossiê do suplemento "Bookforum", da edição deste mês da revista "Artforum". O material inclui cronologia, resumo de obras -entre elas, o romance "Extinção" (Cia das Letras)- e o testemunho de jovens autores, como Rick Mood.

A paródia do ursinho Puff
Seguir carreira universitária exige amor não só à erudição, mas também ao "jogo acadêmico" em si, de que é parte inerente o confronto de idéias. É assim que a professora de Harvard Marjorie Garber investiga a essência e deturpações do seu ofício de crítica literária, no livro "Academic Instincts" (ed. Princeton). Mas, como mostra artigo de Elaine Showalter no "London Review of Books", esse idealismo não é consensual nos EUA. É o caso do novo livro de Frederick Crews, professor em Berkeley: "Post-Modern Pooh" (ed. North Point). Servindo-se do ursinho Puff -personagem infantil criado por A.A. Milne nos anos 20- como forma de paródia, Crews satiriza o carreirismo acadêmico assim como o feminismo, os estudos coloniais e a cibercrítica.

História da felicidade
Embora vivenciada como um "estado mental e corpóreo inefável", a felicidade é um discurso social, com feições diversas segundo a época: na Antiguidade, era uma recompensa para poucos eleitos, tornando-se sucessivamente um direito universal e, finalmente, um "dever"-sentir-se infeliz passa a ser motivo de culpa. A idéia de felicidade, porém, se enfraqueceu com a ascensão de outro tipo de aspiração, virtualmente insaciável, que é a de satisfazer "desejos". A afirmação é do sociólogo polonês Zigmunt Bauman, que em entrevista à revista italiana "Caffé Europa" também vê os atentados de 11 de setembro como sintoma do colapso dos Estados nacionais na era global.


Texto Anterior: Os dez +
Próximo Texto: + personagem: Livio Tragtenberg
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.