|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RISCO NO DISCO
Ninguém
LEDUSHA
Uma pausa e dois movimentos, uma pausa e dois
movimentos, assim ela vai
ganhando leveza, girando
na sala crepuscular. Ele assiste à dança que nasce dessa ingênua teimosia.
Um-dois-dois-um,
um-dois-dois-um. Ela roda, presença porosa, indisfarçável conteúdo sob todos os véus. O cavalo cego
freme as narinas novamente, levantando as patas
dianteiras. Ardem. A náusea agora é um rio sem
margens, onde ele mergulha à deriva. Na última golfada um feixe mudo de alma, nódoa nos linhos da
mesa posta. Seus olhos ainda respiram na sala, à espera de sapatilhas desatadas.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|