Os Beatles são tema de coletânea ampla, mas decepcionante, no Reino Unido

LIZ THOMSON

Inúmeros livros já foram publicados sobre os Beatles -em parte porque, como escreve o crítico Anthony DeCurtis, a história deles segue "o arco de um conto de fadas com final de partir o coração". Por um período breve, mas intenso, a banda e seus pares representaram um reinício cheio de vigor, e o caleidoscópio de imagens perdura.
Enquanto ouvimos aquele punhado de álbuns poderosos, agora remasterizados a um custo alto, fica claro como eram bons como compositores e músicos. A distância entre "Please Please Me" e "Sgt. Pepper's" é de apenas cinco anos, mas de uma vida inteira em termos de sofisticação musical.
Assim, é lamentável que entre os 13 ensaios deste livro, apenas um -"Any Time at All -Os Ritmos de Fraseado Livre dos Beatles", de Walter Everett- faça uma análise da música propriamente dita.
Dave Laing, do Instituto de Música Popular da Universidade de Liverpool e um dos três escritores britânicos presentes no livro, faz um bom trabalho de inserir os Beatles em seu contexto sócio-histórico, mas boa parte do que vem a seguir repisa terreno já batido.
A história é tratada mais uma vez com poucos insights novos.
Sheila Whiteley, ao tratar de "Os Beatles como Espírito de uma Época", se alonga ao culpar a Igreja Católica pelo "destino sombrio" de Eleanor Rigby. Além de incorreto, o ensaio não apresenta nenhum argumento conclusivo evidente.
Como nota John Kimsey, os Beatles hoje são, com razão, temas de muitas pesquisas acadêmicas. Mas com frequência os estudos deixam a desejar, e seus padrões são inferiores aos que esperaríamos que fossem aplicados a Keats ou Beethoven, por exemplo.