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Brasileiros temem mais a agressão física do que a miséria e a fome;
87% têm orgulho do país
Maior medo é o da guerra
da Redação
Os brasileiros são um povo pacífico. É
o que se deduz dos números do "Relatório Folha da Utopia Brasileira". Indagados sobre o seu maior medo em relação
ao futuro, os entrevistados não titubearam: guerra (22%) e violência (20%) são
as coisas que mais os assustam. Atrás,
bem atrás, aparecem o medo do desemprego (7%), da miséria/fome (6%), da
corrupção (5%), dos norte-americanos
(4%), das drogas (3%) e da privatização
(1%).
Os que mais temem a agressão física
-aí somadas a guerra (civil, mundial,
revoluções) e a violência (criminalidade,
falta de segurança)- são os de mais baixa renda (43%) e escolaridade (47%) e os
indígenas (47%). Também as mulheres
são mais sensíveis nesse aspecto do que
os homens: 47% contra 37%.
Já os que recebem mais de 20 salários
mínimos e têm nível superior sentem-se
muito menos inseguros nesse ponto. Para estes, a soma dos medos com guerra e
violência fica na faixa dos 22%.
Para os que eram criança no tempo dos
ataques nazistas e da bomba de
Hiroshima, o medo específico da guerra
atinge o nível mais alto (27%), contrastando com os 16% registrados entre os
mais jovens (de 16 a 24 anos).
Outro detalhe merecedor de destaque:
os brasileiros têm mais medos do que sonhos em relação ao futuro do Brasil. De
todos os entrevistados, 10% não souberam dizer qual o seu maior sonho para o
país, enquanto apenas 5% não identificaram o que mais temem.
Orgulho canarinho
Um dos fatos
mais incontestáveis revelados por essa
sondagem é o pendor ufanista do brasileiro. No somatório geral, 87% dos entrevistados sentem orgulho do país em que
nasceram.
Campeões absolutos do orgulho nacional são os "patrícios" (forma meio antiga
e lusitana de designar os que vivem num
mesmo país) do Norte e do Centro-Oeste, empatados com 91%.
Considerando-se a faixa etária dos entrevistados, a rapaziada de 18 a 24 revelou-se a mais patriótica (89%). Mas os
menos otimistas com o país -pessoas
de 35 a 59 anos- não ficaram muito
atrás: 84% deles se disseram orgulhosos
do país.
Já por região, os que disseram ter mais
vergonha que orgulho do Brasil são os
moradores do Sudeste (13%) e do Nordeste (12%).
A vergonha de ser brasileiro também é
mais intensa entre a população urbana
(15%) do que a rural (10%). E cresce ligeiramente entre os menos escolarizados (13%) -contra 11% dos de nível superior de escolaridade.
Quanto ao sexo, homens (86%) e mulheres (88%) estão muito felizes com a
nacionalidade que têm.
Participar é preciso
A ampla maioria dos entrevistados considerou muito
importante votar e participar de movimentos sociais para que o país melhore.
Questionados sobre a importância do
voto, os que lhe atribuíram maior peso
foram os mais escolarizados (88%) e
provenientes das classes A/B (83%), contra 76% dos que têm primeiro grau e
77% entre os das classe D/E. A geração 80
é a que dá mais valor às urnas (81%).
No entanto, embora a maioria considere "muito importante" participar de
movimentos sociais, o índice dos que
efetivamente se vinculam a esses movimentos é baixo. E os partidos políticos
são os que têm menor índice de adesão.
Na escala adotada pela pesquisa, os movimentos de igreja ficaram à frente (102),
e os partidos políticos (27), em último.
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