Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O braço armado da gandaia nacional! A Semana Santa foi aquela de sempre: o leão comeu o cristão, o cristão comeu o bacalhau e foram todos pra praia. Comer pizza! E eu já tô cansado de repetir que esse ano eu não vou comprar ovo de Páscoa porque já tô devendo até os ovos. E eu sei que não é hora para blasfêmias, mas, como já dizia o escritor romeno Cioran: "Se Cristo, em vez de morrer na cruz, tivesse morrido no sofá, a gente não estava sofrendo até hoje". Tava livre do sentimento de culpa! Do preço do bacalhau. E do Falabella fantasiado de Herodes!
E diz que o pior porta-voz de Cristo foi o papa Pio 12! E a mãe de um amigo na Sexta da Paixão fez um lombinho. Se fosse no tempo da Inquisição ia tudo pra fogueira, ela, o filho e o porco. Rarará!
E nos telejornais policiais (acho que agora são todos) já estão chamando ovo de elemento. Já imaginou o Cidade Alerta transmitindo criança procurando ovinho: "E aí, os menores já encerraram a busca?". "Positivo! Câmbio! Presunto! O ovo entrou em óbito." Entrou em óbito é expressão nova. Eu sempre digo que a única coisa que evolui no Brasil é linguagem policial!
E chega de ovo! Não aguento mais ovo! Menos ovo e mais galinhagem! Como diz uma amiga minha: de santa já basta a semana! Antigamente Semana Santa era tão rigorosa que não podia nem rir. Não podia ouvir rádio e muito menos transar. Por isso que existia aquele ditado: mais dura que piranha em Semana Santa!
E eu sou do tempo em que Cristo só aparecia de costas em filme mexicano de cidade de interior. Aí veio o Nicholas Ray em "Rei dos Reis" e Cristo virou para as câmeras. E era louro, alto e olhos verdes. Meio Brad Pitt! E hoje em dia tem Cristo pra tudo quanto é gosto: romântico, revolucionário, homoerótico, realista, sexy. Só falta Cristo mauricinho!
E como canta aquela humorista cearense chamada Rossiclea. Tá caro tudo. Tá caro até os ovos. Ops, tacaro até os ovos. Tacaro tudo! Rarará. Nóis sofre mas nóis goza!
E chega de ovo.
Bem-vindo seu Cabral!!!!


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