São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2000

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Trecho

"(...) sem mais especular sigo: a figura
vermelho-extrema de um (diz-se) desvio
espectral da luz surge da lonjura

de galáxias perdidas como envio
da memória estelar revivescente:
essa inflexão resulta do resfrio

da radiação primeira e da crescente
expansão do universo pós-big-bang
aval (em flash back) do íncipit fervente

do cosmos a partir de um ponto estanque
de máximo adensar -instância aléfica-
de cujo rebentar tudo se expande

-mas depois do depois que vem? uma épica?
desastre de astros? lapso de gigântea
(super) estrela azul? dançante poética

do universo? inestática vibrância?
ocaso de escarlate supernova
ora estrela de nêutrons em vacância

a esvanecer-se quando posta à prova
de resistência à gravidade e à negra
voragem sucumbindo? o que essa cova

famélica seduz pronto encarcera
(até a mesma luz quando esta o invade
o furo opaco a deslumina e anegra)

-retorno então à estreita via (quem há-de
esquecê-la e ao sertão de entreveredas
por onde ela se enfia?) (...)"


Trecho de "A Máquina do Mundo Repensada".


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