1. Imagina que tu podes estar errado.
2. Imagina que outras pessoas que pensam estar certas podem estar erradas.
3. Tenta entender a perspectiva dos outros.
4. Aprecia a flexibilidade da ordem vigente (social, política etc.). Poderia ser maior.
5. Inspira-te em outras eras e culturas.
6. Tenta recolher tuas experiências e dar-lhes forma significativa (uma análise, uma
obra de arte, uma carta, um diário).
7. Sê honesto sem ser cruel.
8. Aceita a trivialidade da vida moderna sem perder de vista o sublime e o eterno.
9. Reconcilia-te com a tua mortalidade desde cedo.
10. Não temas dizer "não" a pessoas que te irritam, entediam ou exploram.

Esta lista muito desordenada reflete evidentemente meus conselhos a mim mesmo, as coisas que tento lembrar. Como seres humanos somos péssimos todos nós em imaginar como o mundo parece aos olhos dos outros, e daí a ênfase em ver as coisas da perspectiva alheia. As maiores contribuições à arte e à ciência tenderam a surgir do ceticismo, e esquecer esse fato é um risco -daí a ênfase em ou bem ser artista ou bem adotar práticas artísticas em pequena escala (manter um diário etc.). É fácil se deixar dominar pela náusea e nojo ante os males do mundo, e daí vem a necessidade de lembrar a si mesmo que as coisas sempre foram assim e que o que é ruim coexiste com muito de bom -não perceberíamos o ruim se não estivéssemos sintonizados, em outras dimensões, ao que é bom. Por fim, gostaria de dizer que, embora o exercício de sonhar novos mandamentos tenha um lado trivial e divertido, há um lado mais profundo para essa atividade, a saber: o de que precisamos estabelecer regras e metas para nós mesmos, para que possamos nos orientar em momentos em que corremos o perigo de perder de vista aquilo que é mais importante para nós.