São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2001

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JOSÉ SIMÃO

Buemba! Mostra de Cinema com Pipoca ao Curry!

Buemba! Buemba! Macaco Simão urgente! O braço desarmado da gandaia nacional! Direto do FHnistão! E a Mostra de Cinema? Cinema asiático DE NOVO? A gente vai ter que comer pipoca de pauzinho! E nunca vi tanto filme hindu! Com legendas em curry. Mostra Internacional do Frango ao Curry! E todo ano eu dou a mesma definição da mostra: um filme estranho falado numa língua esquisita com uma história desconexa visto por uma gente escalafobética.
E bota língua estranha nisso. Hoje mesmo você pode assistir "Beijing Bicycle", de Wang Xiaosguai, falado em mandarim, "Maimil", de Aktan Abdylaykov, falado em quirguiz, "Lal Darja", de Buddhadeb Dagupt, falado em bengali, e "Artanaguat", de Zacharias Kunur, falado em inuktitut! Bengali, quirguiz e inuktitut. Só falta um pronunciamento do FHC falado em tucanês! E tudo língua de país que não tem água potável!
E o bom da mostra é que você jamais encontrará dois tipos de pessoa: atendente da Blockbuster e cliente da Blockbuster!
E o ruim da mostra é que você não assiste ao filme tranquilo. Passa o filme inteiro pensando no que vai dizer depois, quando encontrar aquele monte de gente na saída. Se você ficar calado, passa por burro. Um burro de sete cabeças!
E outra definição de mostra: você passa duas horas em pé esperando o filme começar e duas horas sentado esperando o filme terminar. Rarará! Mas eu adoro a mostra. Não vou, mas adoro que tenha! Quem odeia mesmo é aquela amiga minha, que falou: "Se você me vir entrando na mostra, pode chamar a polícia que é sequestro". Rarará. É mole? É mole, mas sobe!
E o Zé Gregori, o defensor dos direitos tucanos, com aquelas bochechas de comedor de bolo engorda marido? É o novo embaixador em Portugal! Portugal?
E lá em Portugal eles entendem tucanês? Vai ter que ter tradução simultânea do tucanês pro português! E já imaginou o que ele vai comer de doce? Fatia de parida, pastel de nata, toicinho do céu, travesseiro de freira. Vai estourar o colesterol.
Aliás, eu acho que ele é que vai estourar! BUM! Rarará. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã! Vai indo que eu não vou! VOU! Pingar o meu colírio alucinógeno!



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