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Lacunas brasileiras
Do pouco caso com a religiosidade até a ignorância sobre as elites econômicas, especialistas apontam questões cruciais para o avanço do conhecimento no Brasil e negligenciadas por críticos, intelectuais e órgãos de pesquisa
CAIO LIUDVIK
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Que sei? À clássica dúvida cética seria talvez possível contrapor uma
paráfrase no negativo e no plural: o
que "não sabemos"? É a pergunta que
o Mais! colocou a oito especialistas de diversos campos de pesquisa. Ou: que questões estão legadas ao esquecimento ou pouco valorizadas em áreas estratégicas para o
avanço do conhecimento no país -como
sociologia, ciência política, cinema, física,
crítica, filosofia, arte e história?
Para o sociólogo Ricardo Musse (USP), o
perfil das elites econômicas brasileiras ainda é um enigma para sua disciplina, o que
prejudica muito a compreensão das desigualdades sociais.
Fábio Wanderley Reis (UFMG) vai mais
longe ao defender que a própria ciência política nacional é, muitas vezes, uma "mera
"consumidora" da reflexão teórica de americanos e europeus". O historiador da Universidade Federal Fluminense Ronaldo
Vainfas aponta a "dívida" de sua área com a
religiosidade múltipla do país. Ismail Xavier
(USP) diz ser contra a compartimentação
dos estudos em cinema -e trabalhos sem
"chance de amadurecer".
O físico Luiz Pinguelli Rosa (UFRJ) defende a busca urgente de formas alternativas de
energia. Já João Cezar de Castro Rocha (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), alerta que a falta de bibliotecas e o alto preço dos
livros ameaçam o futuro da crítica e literatura no país.
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