São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2004

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Lacunas brasileiras

Do pouco caso com a religiosidade até a ignorância sobre as elites econômicas, especialistas apontam questões cruciais para o avanço do conhecimento no Brasil e negligenciadas por críticos, intelectuais e órgãos de pesquisa

CAIO LIUDVIK
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Que sei? À clássica dúvida cética seria talvez possível contrapor uma paráfrase no negativo e no plural: o que "não sabemos"? É a pergunta que o Mais! colocou a oito especialistas de diversos campos de pesquisa. Ou: que questões estão legadas ao esquecimento ou pouco valorizadas em áreas estratégicas para o avanço do conhecimento no país -como sociologia, ciência política, cinema, física, crítica, filosofia, arte e história?
Para o sociólogo Ricardo Musse (USP), o perfil das elites econômicas brasileiras ainda é um enigma para sua disciplina, o que prejudica muito a compreensão das desigualdades sociais.
Fábio Wanderley Reis (UFMG) vai mais longe ao defender que a própria ciência política nacional é, muitas vezes, uma "mera "consumidora" da reflexão teórica de americanos e europeus". O historiador da Universidade Federal Fluminense Ronaldo Vainfas aponta a "dívida" de sua área com a religiosidade múltipla do país. Ismail Xavier (USP) diz ser contra a compartimentação dos estudos em cinema -e trabalhos sem "chance de amadurecer".
O físico Luiz Pinguelli Rosa (UFRJ) defende a busca urgente de formas alternativas de energia. Já João Cezar de Castro Rocha (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), alerta que a falta de bibliotecas e o alto preço dos livros ameaçam o futuro da crítica e literatura no país.


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