|
Texto Anterior | Índice
RISCO NO DISCO
Fio de aroma
LEDUSHA
O abafado desses ares já
trincou a casca sardenta da
romã, expondo sem falso
pudor a preciosa brasa do
núcleo. Onde mora minha
sede ainda paira um fio de
aroma: será do mesmo vinho? O que tingiu meus lábios antes das vírgulas? O
carmim das minhas tintas
belisca o repouso das nuvens (como gostarias de
não ver o sangue lambuzando as letras, estas que
manejo com punhal e plumas!). A salamandra da língua serpenteia no silêncio,
conhece a cela velada da tua
fala surda. Guarda no limbo teu cenário e desafia o
eco. Essa arenga não me
curva.
Texto Anterior | Índice
|