São Paulo, domingo, 31 de maio de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DANÇA DA LUA EM SANTIAGO

Fita aquele branco galã,
olha seu transido corpo!
É a lua que baila
na Quintana dos mortos.
Fita seu corpo transido,
negro de sombras e lobos.
Mãe: a lua está bailando
na Quintana dos mortos.
Quem fere potro de pedra
na mesma porta do sono?
É a lua! É a lua
na Quintana dos mortos!
Quem fita meus vidros grises
cheios de nuvens seus olhos?
É a lua! É a lua
na Quintana dos mortos!
Deixa-me morrer no leito
sonhando com flores de ouro
Mãe: a lua está bailando
na Quintana dos mortos.
Ai, filha, com o ar do céu
vejo-me branca depressa!
Não é o ar, é a triste lua
na Quintana dos mortos.
Quem berra com este mugido
de imenso boi melancólico?
Mãe: É a lua! É a lua
na Quintana dos mortos.
Sim, a lua, a lua
coroada de tojos, que baila e baila e baila na Quintana dos mortos!


De "Seis Poemas Galegos"


Tradução de AUGUSTO MASSI

DANZA DA LÚA EN SANTIAGO

Fita aquel branco galán,
olla seu transido corpo!

É a lúa que baila
na Quintana dos mortos.

Fita seu corpo transido,
negro de somas e lobos.

Nai: A lúa está bailando
na Quintana dos mortos.

Quén fire potro de pedra
na mesma porta do sono?

É a lúa! É a lúa
na Quintana dos mortos!

Quén fita meus grises vidros
cheos de nubens seus ollos?

É a lúa! !É a lúa
na Quintana dos mortos!

Déixame morrer no leito
soñando con froles d'ouro.

Nai: A lúa está bailando
na Quintana dos mortos.

Ai filla, co ar do céo
vólvome branca de pronto!

Non é o ar, é a triste lúa
na Quintana dos mortos.

Quén brúa co-este xemido
d'imenso boi melancónico?

Nai: É lúa, é a lúa
na Quintana dos mortos.

Si, a lúa, a lúa
coronada de toxos,
que baila, e baila, e baila
na Quintana dos mortos!



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.