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Análise Exploração exige ações em favor da proteção ambiental ILDO SAUERESPECIAL PARA A FOLHA Os recentes derrames de petróleo constituem um repetitivo alerta no Brasil. O derrame do golfo do México já havia consolidado a necessidade de rever os conceitos e a filosofia adotados nos processos e no ritmo de exploração e de produção de petróleo. A vantagem do petróleo sobre as demais fontes é econômica: seu custo de produção direto -sem considerar transferências, taxas e tributos- situa-se entre US$ 1 e US$ 10 por barril. Seu preço oscila entre US$ 70 e US$ 100. Os cerca de 30 bilhões de barris de petróleo produzidos anualmente geram excedente econômico de mais de US$ 2 trilhões num PIB mundial de US$ 65 trilhões. Reside aí a disputa pelo acesso e pelo controle dos recursos, uma vez que, no estágio tecnológico e padrão de recursos disponíveis, qualquer substituto em larga escala tem custo superior a US$ 80 (carvão liquefeito) ou entre US$ 50 e US$ 60 (etanol brasileiro ou americano). O primeiro debate essencial -varrido debaixo do tapete em Brasília- é sobre o ritmo de produção e destinação do excedente econômico. O segundo desafio em todos os países, e de forma essencial no Brasil, está em garantir a segurança ambiental das operações na exploração e na produção de petróleo. Até recentemente, além de incipientes e precários, os resquícios presentes dos conceitos de precaução na indústria petrolífera eram, paradoxalmente, da relação entre as empresas e suas seguradoras. Para obter o seguro financeiro, as empresas eram obrigadas a obter algum tipo de certificação de conformidade de entidades independentes com credibilidade internacional (Bureau Vertitas etc.). Após o derrame do golfo do México, ocorreu redução na contratação de seguros, o que agravou mais ainda o problema, pela redução da verificação independente. ANP, Ministério de Minas e Energia, Ibama, Ministério do Meio Ambiente, governos federal, estaduais e municipais estão despreparados para lidar com o problema. Para a estratégia do país, recoloca-se, com o desafio de garantir a segurança, a necessidade política de rever o modelo de exploração de petróleo, o ritmo de produção e a destinação dos excedentes econômicos para garantir a mudança social em favor do povo, o verdadeiro soberano dos recursos naturais. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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