Ações do setor de petróleo caem apesar da alta do valor do barril

O ano de 2011 não foi bom para as ações do setor de petróleo, apesar da commodity caminhar para fechar o ano em alta de mais de 10% em relação ao ano passado.

Ações da Petrobras, OGX e HRT terminaram o ano no vermelho. Incertezas em relação ao cenário macroeconômico e quanto à demanda em 2012, aliadas a fatores individuais, determinaram a queda de mais de 20% do setor de petróleo na Bovespa.

O destaque negativo foi o forte recuo do valor das ações da HRT (64%), seguida pela OGX (32%) e pela Petrobras, que teve queda de 22%.

A crise financeira deste ano reduziu expectativas em relação ao crescimento de economias tradicionais como Europa e Estados Unidos.

A aversão ao risco também afastou o investidor do Brasil, diz Mônica Araújo, analista da Ativa Corretora. Isso afetou petroleiras pré-operacionais, ou seja, que ainda não produziram óleo, caso da OGX e da HRT.

"Com a HRT o problema é muito claro em relação às dúvidas das avaliações que estão sendo feitas, porque ainda não foram certificadas, mas pode ser uma empresa promissora no futuro. Com a OGX o problema foi o atraso operacional, mas que também pode ser recuperado em 2012", diz a analista.

Já no caso da Petrobras, nem no ano que vem as perspectivas são positivas, deixando para trás anos de ganhos com o papel.

Além do cenário externo instável, a desvalorização da ação começou com a megacapitalização no ano passado e teve continuidade neste ano com a demora do ajuste da gasolina e do diesel.

Além disso, mais uma vez a empresa frustrou o mercado e não cumpriu a meta de produção prometida para 2011, de 2,1 milhões de barris diários em média. Há pelo menos quatro anos a Petrobras não atinge a meta.

Para Marcos Pereira, analista da Votorantim Corretora, a falta do crescimento de produção compatível com os altos investimentos da estatal (US$ 224,7 bilhões até 2015) é o principal problema.