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Commodities

Chuvas afetam produção da Vale; preço pode subir

Cerca de 2 milhões de toneladas de minério de ferro deixaram de ser embarcados, segundo a companhia

Como Austrália também teve problemas com um ciclone, analistas estimam que preço vá de US$ 140 para US$ 150

PEDRO SOARES
DO RIO

As fortes chuvas na região Sudeste paralisaram minas da Vale e interromperam canais de escoamento (rodovias e ferrovias), o que resultou numa perda de embarques de 2 milhões de toneladas de minério de ferro. Com isso, o preço do produto pode subir no mercado internacional.

O aumento deve se materializar, segundo analistas, porque problemas semelhantes ocorrem na Austrália, outro grande produtor. Lá, a passagem de um ciclone afetou minas e portos.

"Os preços estavam estáveis desde novembro, na faixa de US$ 140 a tonelada no mercado "spot" [à vista e de curto prazo], mas devem subir para algo como US$ 150 pelos problemas na produção e pela retomada da demanda na China", avalia Marcelo Varejão, analista da Socopa.

Para José Carlos Martins, diretor-executivo de Ferrosos e Estratégia da Vale, o impacto nos preços virá, mas deve ser pequeno e de curto prazo.

A perda registrada, diz, representa menos de 1% da produção anual da Vale. O executivo reconheceu, porém, que corresponde a 20% da extração de minério em janeiro em Minas (que representa cerca de 60% do total da Vale). Isso, segundo ele, "pontualmente é muito grande".

Sazonalmente, a produção de minério é sempre menor no primeiro trimestre justamente por causa das chuvas. Mas neste ano, diz, o clima foi "extremo", com as maiores precipitações desde 1910 em algumas regiões de Minas.

O problema obrigou a Vale a lançar mão de um instrumento previsto nos contratos: a não entrega do produto por motivo de força maior.

A última vez que isso ocorreu foi em 2009, quando um trecho da Estrada de Ferro de Carajás ficou submerso por conta da cheia de um rio.

A preocupação maior, diz, é atender as siderúrgicas europeias. A Vale tem 50% do mercado do continente, que, por estar mais próximo, sentirá primeiro o problema. A China, maior cliente, sentirá menos, pois ainda recebe minério embarcado há 45 dias -tempo da viagem.

OUTROS IMPACTOS

As chuvas também provocaram aumento dos preços de legumes no atacado.

No Ceasa-RJ, a caixa do tomate subiu de R$ 30 para

R$ 70. Em Minas, os legumes também tiveram alta. Houve perda na produção de leite por problemas nas estradas dos dois Estados.

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