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Instituto de chineses dá bolsas a brasileiros no exterior

Com foco em MBA, foram distribuídos US$ 484 mil em bolsas em 2011 e US$ 2,5 milhões desde o início do programa, em 1995

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Numa turma que incluía músicos, preparadores físicos e economistas, a médica Cristiane Benvenuto, 36, aprimorou suas habilidades em gestão de pessoas com um MBA em empreendedorismo e saúde nos EUA.

Formada pela Universidade Federal do RS, Cristiane fez o curso no mesmo período que o marido, Daniel Branco, também médico, que optou por estudar finanças. Ficaram de 2006 a 2008 na Wharton School, Filadélfia.

"A troca de experiências com colegas de tantas áreas foi enorme", diz a médica, que hoje trabalha na área de mídias digitais do Hospital Albert Einstein, em SP. O marido tem uma consultoria de negócios em saúde.

O casal ganhou duas bolsas para financiar US$ 30 mil (hoje, R$ 55 mil) dos US$ 160 mil (R$ 295 mil) gastos com os cursos. O restante foi pago com crédito educacional.

As bolsas foram concedidas pelo Instituto Ling, fundado em 1995 por uma família chinesa que se estabeleceu em Santa Rosa (RS) na década de 1950.

Entre cursos de MBA, mestrado e outros de pós-graduação no exterior, o instituto já concedeu US$ 2,5 milhões em bolsas.

"Focamos MBA porque não existe programa do governo para financiar esse tipo de curso no exterior e porque acreditamos que as empresas desempenham um papel importante na formação profissional", diz William Ling, 54, diretor do instituto.

"As universidades não preparam adequadamente."

A família, que foi do ramo de soja, hoje atua nos segmentos de não tecidos (para roupas hospitalares, por exemplo), latas de alumínio e tampas plásticas.

"A responsabilidade social das empresas é gerar riqueza; filantropia é iniciativa do indivíduo", diz Ling.

Os fundadores do instituto são responsáveis por 20% do total investido. Contribuições de ex-bolsistas representam 50%, e o restante vem de empresas de vários setores.

REFERÊNCIA

De acordo com Ling, a Fundação Estudar, criada em 1991 no RJ (hoje a sede é em SP), foi usada como referência para o instituto.

Uma das semelhanças é o "acordo de cavalheiros" com os bolsistas para que restituam, depois que começam a trabalhar, o valor recebido.

"É um compromisso moral que possibilita ao beneficiado repassar, a outras pessoas, a ajuda obtida, em um círculo virtuoso", diz Thais Junqueira, diretora executiva da fundação.

Entre as diferenças está a proporção de bolsas de MBAs e pós-graduação.

Na Estudar, cerca de 60% do total (US$ 7 milhões até hoje) vai para esse cursos no exterior. No Ling, 92%.

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