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Análise

Mudança na estatal pode ser positiva para o investidor

SAMY DANA
GIOVANNA ORTOLANI
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Petrobras confirmou a saída de seu presidente, José Sergio Gabrielli, convidado para assumir uma secretaria na Bahia a convite do governador Jaques Wagner (PT). A atual diretora de Gás e Energia da empresa, Maria das Graças Silva Foster, foi indicada para assumir a posição.

Essa notícia acompanha o fato de que Dilma, a primeira presidente mulher do Brasil, tem a confiança de 59% dos brasileiros, popularidade superior à de Lula em seu primeiro mandato.

O dado foi divulgado pelo Datafolha no último domingo, revelando que o perfil técnico dos burocratas é bem-vindo sob a luz dos investidores. A nova presidente da Petrobras foi apontada em 2010 como uma das 50 executivas mais poderosas do mundo, segundo o jornal inglês "Financial Times".

Foster começou na estatal em 1978 como estagiária de engenharia química e será a primeira presidente mulher da Petrobras. Graça é reconhecida por ser eficaz e rígida, tendo conquistado o posto pelo seu conhecimento técnico e pelo domínio do funcionamento da empresa, para a qual poderá trazer grandes frutos no futuro.

Segundo seus colegas de trabalho, sua marca registrada é o perfeccionismo.

Tendo o apoio da presidente Dilma desde 2003, quando foi secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Graça tem um estilo bastante próximo ao da amiga, sendo rígida com quem não atende sua demanda.

A atitude da companhia ao nomear Graça para esse cargo sinaliza que a Petrobras será guiada por fatores técnicos, e não políticos -uma mudança no quadro da presidência que tem sido interpretada com bons olhos pelo mercado.

O fechamento da Bolsa apontou que as ações da estatal apresentaram alta de 3,96% e 3,60%, sendo responsáveis pela alta do índice Bovespa, que fechou o dia em +0,12%.

O mercado aposta no conhecimento técnico da nova presidente, que pretende aumentar a produção no Brasil para 3 milhões de barris por dia em 2015 (ante 2 milhões de barris ao dia produzidos em 2011) por meio de um plano de investimentos de US$ 224 bilhões.

Os investidores apostam que a bagagem técnica da nova presidente irá conduzir a companhia com uma diretriz de geração de valor para o acionista. O tempo irá confirmar ou não as esperanças do mercado.

SAMY DANA é Ph.D. em finanças e professor da FGV-EESP e GIOVANNA ORTOLANI é graduanda em economia pela FGV-EESP.

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