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Glencore e Xstrata criam gigante de minérios de US$ 90 bi

Fusão faz nascer empresa controladora de 30% do mercado mundial de carvão; acionistas minoritários fazem oposição ao acordo

DE SÃO PAULO

A mineradora Xstrata e a comercializadora de commodities Glencore anunciaram ontem que se unirão para criar mais uma gigante do setor de mineração.

A nova empresa nasce com um valor de mercado de US$ 90 bilhões (R$ 155 bilhões), segundo comunicado oficial -a brasileira Vale tem valor de mercado maior, em torno de R$ 232 bilhões.

O modelo de negócios da Glencore Xstrata International, como se chamará o novo grupo, é inédito, com a operação totalmente verticalizada -da produção à venda.

A receita combinada das duas empresas suíças é de US$ 209 bilhões, considerando os dados de 2011.

Caso sua criação seja aprovada, o novo grupo controlará cerca de 30% do mercado internacional de carvão e 25% do comércio global de zinco, insumo para siderúrgicas, além de participações relevantes em cobre e níquel.

Apesar de ganhar força, no entanto, a nova empresa não ameaça o principal negócio da Vale, o minério de ferro.

No comunicado, as empresas divulgaram os termos do acordo. Cada acionista da Xstrata receberá 2,8 ações da Glencore, o que representa um ganho de 15% sobre o valor das ações da mineradora antes do anúncio sobre as negociações.

OPOSIÇÃO

Pelo menos dois dos dez principais acionistas da Xstrata pretendem votar contra a fusão -as gestoras de fundos Standard Life Investments e Schroders. Ambas dizem que o acordo não é favorável aos minoritários.

"A relação de troca de ações proposta subvaloriza os ativos da Xstrata", disse ontem o Standard Life.

"Concordo com o Standard Life. Esse é um negócio fabuloso para a Glencore. É provavelmente o melhor acordo para o comando executivo da Xstrata, mas é um mau acordo para os minoritários da Xstrata", disse à Reuters Richard Buxton, da Schroders.

Analistas também afirmam que os acionistas da Xstrata estariam trocando o investimento em uma empresa com elevadas margens por outro numa empresa maior e menores margens de venda.

A fusão precisa ser aprovada por 75% dos acionistas -aqueles contra a fusão têm 3,6% da mineradora. A Xstrata tem fatia de 34% na Glencore e não poderá votar.

(TF)

Com o "Financial Times"

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