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'Protecionismo' da Argentina prejudica comércio com Brasil

Demora para liberar guia de importação afeta a entrada de produtos brasileiros

FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE

Caminhões parados, armazéns cheios e encomendas canceladas compõem o cenário da fronteira do Brasil com a Argentina após o governo da presidente Cristina Kirchner estabelecer um novo sistema para autorizar a entrada de produtos importados.

Desde o dia 1º deste mês, o importador argentino precisa enviar ao governo de seu país uma "declaração juramentada", detalhando a mercadoria que vai comprar.

A medida gerou críticas sobre sua suposta intenção protecionista e já afeta exportadores brasileiros. Em cidades como a gaúcha Uruguaiana, principal aduana entre os dois países, o movimento de caminhões em direção à Argentina caiu nas últimas semanas e ameaça setores da economia local.

A Associação Brasileira de Transportadores Internacionais afirma que, na comparação com fevereiro de 2011, 476 embarques deixaram de ser feitos neste mês na região.

As explicações para a queda são o atraso nas autorizações, gerados pela nova burocracia, e as dúvidas entre os empresários argentinos sobre como encaminhar essa nova declaração.

SEM COMPETITIVIDADE

A Câmara de Importadores Argentinos diz que a demora na resposta aos pedidos pode chegar a 18 dias. Aliado a isso, os despachantes do país vizinho estão cobrando cerca de US$ 200, segundo a entidade, para encaminhar cada declaração juramentada, o que faz a importação perder competitividade.

Visto como uma maneira de diminuir o deficit da balança comercial na Argentina, o novo sistema pode causar um grave efeito colateral no país. Importadores dizem que começam a faltar insumos na indústria local e equipamentos vindos de fora.

No lado brasileiro da fronteira, o receio é que a iniciativa do governo argentino enfraqueça setores dependentes da relação comercial entre os dois países.

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