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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Abates de vacas aumentam e podem afetar a evolução do rebanho do país

Os dados de ontem do IBGE sobre os abates bovinos indicaram o que o setor já vinha antecipando.

O abate de vacas voltou a subir e atingiu 34% do total de animais enviados aos frigoríficos no ano passado.

A situação repete 2006, quando, após a ocorrência da febre aftosa no país -e o fechamento do mercado externo ao produto brasileiro-, o abate de vacas subiu para 37%. Em 2002, era de 24%.

"Isso [o abate de vacas] é ruim para toda a cadeia [produtiva]", diz Luciano Vacari, da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).

Ele diz que os números deste ano já são diferentes dos de 2011. O abate de fêmeas em Mato Grosso -que tem o maior rebanho do país- já supera o de bois.

Desta vez, o motivo dos abates é a degradação das pastagens, que não suportam mais o rebanho total dos pecuaristas. A solução é a venda de fêmeas, o que vem ocorrendo desde 2011, diz Vacari.

O abate de fêmeas provoca redução nos preços do boi para os frigoríficos, agora, mas reduzirá a oferta de bezerros nos próximos anos. O setor terá menos bois prontos para abate e nova alta de preço.

O IBGE indicou que foram abatidos 28,8 milhões de bovinos em 2011, 1,6% mais do que em 2010. Já a aquisição de couros inteiros somou 34,1 milhões.

O Brasil, que vinha na contramão dos outros principais produtores de carne, pode voltar a ter redução de rebanho se o abate de vacas for incrementado.

O abate de frangos foi a 5,3 bilhões de aves em 2011, com alta de 5,6%. O maior aumento, no entanto, ficou para o abate de suínos: 7,2%. Foram encaminhados aos frigoríficos 34,9 milhões de animais, segundo o IBGE.

Nas nuvens As pesquisas do Cepea indicam que os preços da soja estão bastante aquecidos, apesar do período de safra. Os preços do Paraná são os maiores da série do Cepea, iniciada em 1997 -em Paranaguá, estão nos picos anteriores à crise de 2008.

Quanto é O indicador Esalq/BM&F (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá) esteve a R$ 56,08 por saca, ontem. Já a média ponderada das regiões paranaenses atingiu ontem o recorde de R$ 54,05 por saca, segundo o Cepea.

Pressão A evolução dos preços da soja, ocasionada pela quebra de safra na América do Sul e pela forte demanda chinesa, já chega à inflação.

No atacado Após queda em fevereiro, os preços no atacado voltaram a subir neste mês, segundo a FGV. A soja, com aumento de 7%, teve participação nessa alta, segundo dados apontados pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).

Com estoque maior, cacau registra forte queda em NY

As análises de mercado das últimas semanas, de que a oferta de cacau superará a demanda, já vinham derrubando os preços da commodity.

O cenário se agravou ainda mais com os novos estoques da Bolsa de Nova York, que indicaram ontem o maior volume em 12 anos: 5,4 milhões de sacas.

A situação macroeconômica, pouco favorável, auxiliou para a queda de praticamente todas as commodities.

O primeiro contato do cacau recuou para US$ 2.223 ontem na Bolsa de commodities de Nova York, com queda de 3%. O recuo acumulado no mês é de 7%, e em 12 meses, de 27%.

Com KARLA DOMINGUES

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