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Rio +20

Rio tem carência de leitos para delegações

Organização da Rio+20 recomenda hospedagens em cidades próximas, como Petrópolis; deficit é de 18 mil vagas

Imóveis consulares e aluguel de residência particular são opções; prefeitura cogita fretar navio para acomodação

PEDRO SOARES
DO RIO

O Rio não tem leitos suficientes na rede hoteleira oficial para abrigar os 50 mil credenciados previstos para a Rio+20, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre desenvolvimento sustentável marcada para junho. A prefeitura contabiliza pouco mais de 32 mil vagas -um deficit de 18 mil.

Segundo o Itamaraty, organizador do evento, a maior carência está no segmento de hospedagens de alto padrão. São esperados 80 chefes de Estado e até 15 mil integrantes de comitivas oficiais.

"O maior desafio é sem dúvida a hospedagem, especialmente das delegações", diz Laudemar Aguiar, responsável pela logística do evento.

Diante da falta de vagas, a organização da Rio+20 já recomenda hospedagem em cidades próximas, como Niterói e sobretudo Petrópolis.

Algumas delegações usarão imóveis consulares ou alugarão casas ou apartamentos. Há ainda a possibilidade de fretar um navio de cruzeiros para servir de "hotel" durante a conferência -a contratação do navio-hospedagem não foi fechada ainda.

A ABIH-RJ (associação de hotéis) diz que já estão contratados para a conferência 12 mil quartos, sendo que 70% em hotéis de 4 e 5 estrelas, capazes de hospedar delegações e chefes de Estado.

O Copacabana Palace (tradicional abrigo de reuniões diplomáticas e de chefes de Estado) adiou a reforma por causa da Rio+20 e vai "juntar" quartos para convertê-los em suítes presidenciais.

Segundo Antonio Pedro Figueira de Mello, secretário de Turismo do Rio, a mudança de data da conferência atrapalhou as reservas, pois muitos hotéis já estavam ocupados. A Rio+20 ocorrerá de 13 a 22 de junho -antes, estava prevista para começar dia 4.

Para estimular e facilitar hospedagens alternativas, a prefeitura lançará em abril um portal que indicará e "homologará" sites que oferecem apartamentos por temporada, hostels informais e residências que alugam quartos tipo "bed & breakfast". "Vamos dar um aval de segurança aos visitantes", diz Mello.

À Folha, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que a cidade está preparada para receber o evento e que acomodações em outras cidades e em imóveis particulares acontecem em todos os lugares do mundo.

Paes citou a Conferência da ONU em Copenhague (Dinamarca) sobre mudança climática, em 2009, cuja hospedagem foi grande problema.

O prefeito diz que o portal será "uma ferramenta" lançada já para facilitar a acomodação dos visitantes durante a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, eventos de maior porte que a Rio+20.

Por isso, essas dificuldades de hospedagem para a conferência de junho soam como alerta para os outros eventos.

"Fizemos um pacote de benefícios fiscais e teremos mais vagas do que o exigido pelo Comitê Olímpico em 2016", assegura Paes.

CÚPULA DOS POVOS

Para o acampamento de grupos de movimentos sociais que virão para a Cúpula dos Povos (paralela à Rio+20), a prefeitura reservou, entre outros locais, dois colégios próximos ao parque do Aterro do Flamengo (local do evento): o sambódromo e a Quinta da Boa Vista, ex-residência imperial.

São esperados 15 mil participantes só de organizações como MST, Via Campesina e outras. Ativistas "independentes" só poderão ocupar os gramados da Quinta.

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