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Cresce disputa no mercado de caminhões

Setor movimenta 20 mil unidades e R$ 8 bilhões por ano; MAN e Mercedes querem tomar liderança de Volvo e Scania

MAN lança na segunda no Brasil o TGX, modelo extrapesado vendido somente no mercado europeu

DE SÃO PAULO

Infraestrutura, agronegócio e mineração acirraram a disputa no mercado nacional de caminhões extrapesados, com motores acima de 400 cavalos e potência para transportar até 50 toneladas.

A demanda brasileira por esse tipo de caminhão já alcança 20 mil unidades por ano, um negócio de R$ 8 bilhões. Dominado por Volvo e Scania, esse mercado atiçou o interesse de gigantes como MAN e Mercedes-Benz.

Na segunda-feira, a MAN Latin America (que monta os caminhões Volks) anunciará a produção do TGX, em Resende (RJ). É o modelo extrapesado Europeu da marca.

"Não queremos nada menos do que a liderança desse negócio", diz Roberto Cortes, presidente da MAN.

Hoje, com a marca Volks, a MAN é líder do mercado de caminhões no Brasil, mas estava fora da faixa de veículos extrapesados.

Segundo Cortes, a marca investiu R$ 100 milhões para fazer adequações no modelo europeu para prepará-lo ao mercado nacional. O trabalhou durou três anos.

Outra gigante do setor, a Mercedes-Benz gastou R$ 450 milhões para transformar uma fábrica de automóveis, em Juiz de Fora (MG), em uma planta de caminhões.

Em janeiro, a unidade começou a produzir no Brasil o Actros, o extrapesado da marca. Em 2011, a montadora fechou um contrato de 540 unidades com a Norte Energia, a empresa que constrói a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. O valor do contrato superou os R$ 200 milhões.

Com uma fatia de 13% do mercado, a Iveco, do Grupo Fiat, também espera a expansão do segmento. O plano é produzir, em Sete Lagoas (MG), um caminhão com motorização de 560 cavalos. A empresa tem o Stralis, de até 480 cavalos.

"O mercado de extrapesados cresceu muito nos últimos anos devido à profissionalização do setor de transporte", diz Alcides Cavalcanti, diretor comercial da Iveco.

DISPUTA

Duas marcas dominam o mercado de caminhões extrapesados: Volvo e Scania. Em 2010, a Scania tinha a primeira posição, segundo os dados da Anfavea. No mercado de caminhões pesados, 15.289 unidades de caminhões Scania foram licenciados em 2010, ante 11.680 da Volvo.

Em 2011, a situação mudou. A Volvo chegou à primeira posição com 14.063 unidades licenciadas. A Scania caiu para 13.161 unidades. Nos últimos dois anos, a Mercedes-Benz, mesmo com a importação do Actros, cresceu: passou de 11.736 para 12.617.

ESTRADAS PRECÁRIAS

Enquanto os caminhões avançaram, as estradas pararam no tempo. "Hoje faltam mais de 20 mil caminhoneiros. Os caminhões são modernos, mas são obrigados a rodar em estradas cuja concepção de construção é da década de 1960", diz Clésio Andrade, presidente da Confederação Nacional dos Transportes.

(AGNALDO BRITO)

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