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Commodities

Apetite chinês volta, e preço de grãos sobe

EUA informam vendas robustas de soja e milho ao país asiático e aumentam apreensão sobre baixos estoques

Valorização na Bolsa de Chicago e alta do dólar elevam preço da soja em 10% no mercado interno em 30 dias

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

A China voltou às compras e provocou mais um rali nos preços dos grãos, que já enfrentavam um cenário de demanda alta e oferta apertada.

Os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago ultrapassaram US$ 15 por bushel pela primeira vez em quatro anos, enquanto o milho atingiu a maior valorização em duas semanas.

No fechamento, o contrato de soja com vencimento em maio valia US$ 14,96 por bushel (27,2 quilos), alta de 1% no dia e de 3% na semana.

O milho com entrega em maio subiu 5% ontem e 7% na semana, para US$ 6,53 por bushel (25,4 quilos).

Os negócios foram influenciados pela venda de 1,56 milhão de toneladas de milho dos Estados Unidos, divulgada pelo Usda (Departamento de Agricultura do país).

Do total, 120 mil toneladas têm a China como destino e devem ser entregues ainda nesta safra norte-americana, que termina em 31 de agosto.

Como os estoques de milho nos EUA já estão no nível mais baixo dos últimos 16 anos, a notícia agitou os negócios. "O mercado considera a possibilidade de os estoques caírem ainda mais até o fim da safra", diz Daniele Siqueira, analista da AgRural.

Segundo Aedson Pereira, analista da Informa Economics FNP, revisões para baixo nas estimativas para a colheita na Argentina -segundo maior exportador mundial, atrás dos EUA- também contribuíram para a alta.

O dado piorou a expectativa para a produção da América do Sul, que já teve quebra de safra devido à seca.

Além de restrição na oferta, a soja também foi impactada por dados sobre maior demanda. Os americanos venderam, em uma semana, 226 mil toneladas de soja -especula-se que a China fique com todo esse volume.

Para o longo prazo, porém, a expectativa é de aumento da oferta de milho -devido à maior área nos EUA- e de soja, com aumento de produção na América do Sul.

Essa diferença nas expectativas está clara na precificação dos contratos futuros. Contrariando a lógica, os contratos com vencimento mais curto, como maio, estão mais caros do que os contratos com entrega de grãos da safra nova, após setembro.

O contrato de soja para novembro, por exemplo, fechou ontem a US$ 13,56 por bushel.

MERCADO INTERNO

A alta dos grãos no exterior -a soja sobe 9% em um mês em Chicago- e a valorização recente do dólar influenciam os negócios no país.

Pesquisa da Folha mostra alta de 10% no preço interno da soja em 30 dias. Ontem, a saca de 60 quilos foi negociada a R$ 54,85, em média. No interior de São Paulo, há negócios a R$ 60 por saca.

"Os preços internos já refletem a entressafra, que deve chegar mais cedo neste ano", diz Pereira.

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