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Evento de inovação critica ação do Estado

Ministro da Ciência defendeu que governo ajude na área de educação e incentive o setor privado a fazer pesquisa

Queixas são contra obstáculos para estrangeiros nas universidades e para obtenção de patentes

NELSON DE SÁ
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A participação do governo no estímulo à inovação concentrou os debates do seminário Inovação Brasil: Uma revolução para o século 21, realizado ontem pela revista "The Economist" no Planetário da Cidade, no Rio.

A presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Marco Antônio Raupp, ao lado do colega argentino, Lino Barañao, abrindo o evento, acabou direcionando as discussões para o papel do Estado.

Raupp afirmou que "quem faz inovação são as empresas", mas que o governo "tem de ajudar" em áreas como educação, citando o Ciência Sem Fronteiras, que dá bolsas a estudantes e pesquisadores selecionados para estudar engenharia, biomédicas e exatas nas principais universidades do mundo.

Para o ministro, o governo também precisa contribuir com incentivo às próprias empresas, para que realizam pesquisa e desenvolvimento.

Defendeu que a inovação deve ser buscada não só pelo caminho das startups (empresas iniciantes), mas também das grandes empresas, com maior capacidade de investimento. Citou o avanço dos bancos brasileiros em serviços eletrônicos.

O ministro ouviu críticas aos obstáculos para a presença de estrangeiros nas universidades brasileiras e para a obtenção de patentes no país, além da cobrança de um desenvolvimento "com a floresta em pé", que respeite o meio ambiente.

Barañao relatou as experiências argentinas com a promoção de "clusters", ecossistemas regionais de inovação, e com a atração de grandes laboratórios farmacêuticos. "Não temos muitas empresas baseadas em tecnologia. Nosso objetivo é mudar isso."

A estratégia de ambos foi contrastada com a experiência do Chile na atração de jovens empreendedores do exterior, com vistos de um ano e financiamento de US$ 40 mil, relatada por Nicolas Shea, ex-assessor do governo chileno.

CARROS E AVIÕES

Falando depois, o presidente da montadora chinesa JAC no Brasil, Sergio Habib, questionou a "atitude muito protecionista" que levou à elevação do impostos sobre carros importados, o que desestimula a concorrência e afeta a inovação no setor.

O norte-americano David Neeleman, presidente da Azul, relatou o crescimento rápido de sua companhia aérea, hoje a terceira no país, o que creditou à atenção aos consumidores de renda menor, num mercado antes voltado às classes A e B.

Diz que "as oportunidades são maiores do que os desafios", no Brasil, mas que os custos vêm subindo, tanto em salários, "maiores aqui do que nos EUA", como em impostos para o setor aéreo. "De uma perspectiva americana, é muito socialista."

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